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Observatório Pastoral

 

Acabámos de viver o 58º Dia Mundial de Oração pelas Vocações, que em Portugal preparámos com a Semana das Vocações, através de subsídios e propostas a partir da Comissão Episcopal Vocações e Ministérios (ecclesia.pt/cevm). Nesta semana, que culminou com a celebração do Domingo do Bom Pastor (4º da Páscoa), a Igreja está convidada a intensificar a oração pelas vocações consagradas.

A este respeito, neste ano, o Papa Francisco fala-nos do “sonho da vocação” de José, que, ouvindo a Palavra de Deus, decidiu, na oração, aceitar Maria como sua esposa, de maneira a poderem formar a Sagrada Família com o Emanuel, Deus connosco, para o mundo.

Nesta breve reflexão, pergunto-me se a Igreja, hoje, não haveria de registar na Teologia da Vocação a Família fundada no Matrimónio como uma vocação de especial consagração. Hoje, de facto, necessitam-se cada vez mais testemunhos que repliquem a experiência de José e os seus “tesouros”: Maria e Jesus.

Esta proposta de reflexão inclui a necessidade que a Igreja terá, hoje, de não condenar se alguns não escolhem viver este ideal sacramental, porque muitos dos que celebraram o Matrimónio, viveram-no de forma privatizada, à maneira de outras instituições sociais.

Consagrar a vida familiar a partir do Matrimónio implica fazer como Maria e José: doar os seus filhos, sem os fechar no “limbo” de um projeto de vida meramente mundano. É desta doação de vida na perspetiva da boa notícia do Evangelho que podem surgir outras respostas ao chamamento a um Amor maior, a partir de institutos de vida apostólica e o presbiterado.

Na realidade, na Igreja vão rareando estes “alfobres” de onde escolher aqueles que hão de replicar a presença do Mestre em ambientes comunitários, ad intra e ad extra, em termos missionários.

Sim, voto a favor de que a Família, a partir do Matrimónio, seja considerada na Igreja como vocação de especial consagração. Não precisam de ser muitas! Sonho que as que existirem possam ser sinal para outras famílias não fundadas no Sacramento (e que não devemos condenar por isso), no seu caminho para o Amor incarnado.

Foi assim a experiência de José e Maria. E porque não haveria de ser para outros homens e mulheres? O verdadeiro sonho não projeta meramente os desejos humanos; o verdadeiro sonho acolhe o projeto de Deus, na capacidade de adotar aqueles que Deus nos chama a cuidar. Foi assim com alguns casais declarados Santos pela Igreja.

 

Pe. António Jorge Almeida
CategoryDiocese, Pastoral

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