Open/Close Menu A Diocese de Viseu é uma circunscrição eclesiástica da Igreja Católica em Portugal

Observatório Pastoral

 

O Evangelho do Domingo de Páscoa (Jo 20, 1-9) é um belo argumento sobre a origem do método sinodal que a Igreja procurou restaurar com o Concílio Vaticano II e tem vindo a reconhecer melhor e a pôr cada vez mais em prática no pontificado do Papa Francisco.

O “gatilho” do processo que pode levar a uma missão conjuntamente planificada, realizada e avaliada começa, no caso de Maria Madalena, com a descoberta do túmulo vazio. E quantos “interruptores” como este continuam a ser sinais de um acordar para os objetivos da nossa pastoral diocesana? Não por uma imaginação pessoal, mas um por pensar conjunto, chegaremos a elencar um conjunto de “ausências” a reclamar uma presença de testemunho.

E é, pois, a força do testemunho que faz com que João e Pedro corram para o sepulcro. Nesta corrida, não só competem quanto à sua habilidade de seguir tudo o que tem que ver com o Mestre, mas também manifestam as suas personalidades, com o que têm de possibilidades e de limites. Também hoje, no ir e vir das nossas aventuras eclesiais, cada um dos agentes pastorais mostra o que é de revelação da graça de Deus e da fragilidade humana inerente ao facto de todos continuarmos a ser humildes destinatários, ao mesmo tempo que missionários.

O que pode ajudar a transformar o caminho sinodal numa corrida pascal poderá mesmo ser uma mudança do olhar, quanto aos sinais “de trânsito” pascais. Por exemplo, o olhar de Pedro sobre a vida pública de Jesus não nos deixa dúvidas sobre o que é prioritário na vida da primitiva Igreja (cf. Act 10,34a.37-43): o batismo, a unção do Espírito Santo, que impeliu Jesus a fazer o bem e a curar os oprimidos, a comensalidade eucarística que impele não ao ativismo exclusivo, mas a um dinamismo inclusivo, que implica averiguar as pessoas e situações a partir de onde somos convidados a completar o bem iniciado por Jesus.

A diocese de Viseu tem em mãos um arsenal de opiniões escritas que a fase da escuta sinodal proporcionou. Certamente, a redução em dez páginas será uma aventura que requererá, à luz do Espírito de Jesus, não só a partilha de um contributo para a Igreja universal, mas também o “debruçarmo-nos” sobre sinais que serão outros, a um nível eclesial superior, a tocar como elementos que o Senhor deixou nas mentes e corações por onde o Espírito Santo continua a espelhar a sua Presença.

É preciso, pois, continuarmos a correr, procurando os sinais de movimento do Ressuscitado. Se no que toca à consideração de ações de mal que culminam numa guerra, costumamos dizer que o ser humano não o consegue fazer sozinho a um certo nível, também o podemos dizer sobre o bem: o bem maior de que o ser humano precisa para vencer o mal e acolher a vida plena que Deus lhe promete só será possível a partir de uma Presença que age em nossas vidas e a partir da nossa humilde e entusiasmada colaboração.

Ousemos acreditar que a escuta sinodal nos trará opiniões que são reflexo das palavras e ações de Jesus Cristo que o Espírito Santo continua a gerar na vida dos homens e mulheres de hoje.

 

P. António Jorge
CategoryDiocese, Pastoral

© 2016 Diocese de Viseu. Todos os direitos reservados.
Desenvolvimento: scpdpi.com

Siga-nos: