Open/Close Menu A Diocese de Viseu é uma circunscrição eclesiástica da Igreja Católica em Portugal

Convido os cristãos a celebrar a Páscoa e a dar “graças ao Senhor, porque é eterna a sua misericórdia”. O tempo Pascal é um convite de amor, de confiança e de esperança em Deus Pai, que perdoa sempre. Só o coração de Deus é rico em misericórdia e se revela na sua imensa caridade a cada um de nós, como se manifestou em seu Filho Jesus Cristo.

Deus, rico em misericórdia, é Aquele que Jesus Cristo nos revelou como Pai e que Ele seu Filho, nos manifestou e deu a conhecer em Si mesmo” (Dives in Misericordia, 1).

As obras da salvação que Deus realiza em benefício da humanidade, “tornam-se visíveis em Cristo e por meio de Cristo, por intermédio das suas ações e palavras e, por fim, mediante a sua morte na cruz e a sua ressurreição” (Dives in Misericordia, 2).

A festa da Divina Misericórdia celebra-se no Domingo da Oitava da Páscoa a pedido de Jesus a Santa Faustina, numa revelação particular. São João Paulo II instituiu a festa da Divina Misericórdia para a Igreja Universal. Coincidiu com a celebração da canonização de Santa Faustina a 30 de abril de 2000.

São João Paulo II, apóstolo incansável da Divina Misericórdia lembrava, que “a Igreja proclama a verdade da misericórdia de Deus, revelada em Cristo crucificado e ressuscitado, e proclama-a de várias maneiras. Procura também praticar a misericórdia para com os homens por meio dos homens, como condição indispensável da sua solicitude por um mundo melhor e ‘mais humano’, hoje e amanhã” (Dives in Misericordia, 15).

Numa “época tão crítica como a nossa” e envolvida em numerosas crises como a pandémica, a da pobreza e da guerra não podemos esquecer “a oração que é um grito de súplica à misericórdia de Deus, perante as múltiplas formas do mal que pesam sobre a humanidade e a ameaçam” (Dives in Misericordia, 15).

Cristo sublinhou com insistência a necessidade de pedir perdão a Deus. “Perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido” (Mt 6, 12).

Nas parábolas sobre a misericórdia revela-se “que o amor misericordioso implica também ternura, compaixão e sensibilidade do coração, de que tão eloquentemente nos fala a parábola do filho pródigo, ou a da ovelha e a da dracma perdidas” (Dives in Misericórdia, 14). Não nos cansemos de anunciar ao mundo de hoje que a misericórdia de Deus é infinitamente maior do que qualquer pecado. A mensagem da Divina misericórdia resume-se no seguinte: amor, misericórdia, conversão, perdão, reparação e graça. Aprendamos todos a mergulhar no abismo infinito da Divina Misericórdia na nossa vida.

Jesus na Cruz tornou-se a fonte magnífica do amor misericordioso de Deus manifestado em seu Filho à humanidade. “Recorramos, pois, a tal amor, que permanece amor paterno, como nos foi revelado por Cristo na sua missão messiânica e que atingiu o ponto culminante na sua Cruz, morte e ressurreição! Recorramos a Deus por meio de Cristo, lembrados das palavras do Magnificat de Maria, que proclamam a misericórdia ‘de geração em geração’. Imploremos a misericórdia divina para a geração contemporânea”! (Dives in Misericordia,15).

Jesus disse a Santa Faustina: “Todas as almas que louvarem a Minha misericórdia e divulgarem a sua veneração” serão por mim ajudadas em todos os combates da vida.

A espiritualidade e o apostolado da Misericórdia divina consiste na confiança filial no Pai Misericordioso e no anúncio do Evangelho da Misericórdia.

“Desejo imitar a Vossa Misericórdia praticando as obras de misericórdia espirituais e corporais, particularmente pela conversão dos pecadores e dando auxílio, coragem e consolação a todos os que são pobres, infelizes e doentes”.

A Igreja vive a vida autêntica quando professa e proclama a misericórdia, como caminho de santidade, apontando para o “Coração de Cristo”, verdadeira fonte de misericórdia e de graça, que na alegria da Páscoa nos convida a “Viver e Anunciar o Evangelho da Misericórdia” ao mundo.

“Deus Santo, Deus Forte, Deus Imortal, tende piedade de nós e de todo o mundo” (Diário de Santa Faustina).

A Misericórdia é a flor do Amor. Deus é amor, e a sua Misericórdia a Sua Obra; no Amor se concebe e na Misericórdia se manifesta. Não nos cansemos de anunciar a Ressurreição de Jesus e o dom da Sua Divina Misericórdia.

Convido os cristãos a louvar continuamente a Divina Misericórdia e a rezar com confiança o Terço da Divina Misericórdia pelas intenções da Igreja e as necessidades do nosso mundo. Que a Misericórdia Divina desça sobre nós e nos conceda o dom da santidade e da fidelidade na nossa vida.

Deixai-me viver Senhor a rezar sempre com muita fé e amor: “Jesus, eu confio em vós”!

 

† António Luciano,
Bispo de Viseu
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