Chegou o tempo de férias, de festas, de peregrinações, de romarias e de eventos musicais e culturais, que marcam o ritmo dos dias e das noites quentes de verão.
Este é um tempo propício e único, que deve ser bem aproveitado para descansar e retemperar as energias enfraquecidas pelas consequências da pandemia, pelos efeitos negativos das atrocidades da guerra, pelos efeitos da crise económica que afeta toda a humanidade.
Parar na vida faz bem para pensar, descansar, avaliar, rezar e programar o novo ano escolar, de trabalho e pastoral. Todos temos direito a uns dias de paragem, de descanso ou de mudança de atividade. O ritmo da vida hoje é muito desgastante, também para os sacerdotes e agentes pastorais das nossas comunidades. É tempo de fazer avaliação do que foi feito e pedir ao Espírito Santo as luzes para programar o futuro com o olhar nos verdadeiros desafios.
Não podemos esquecer os desafios e as oportunidades que as Jornadas Mundiais da Juventude trazem no próximo ano de 1b a 6 de agosto de 2023 em Lisboa, evento marcante da pastoral da Igreja em Portugal.
Estas terras de Santa Maria vão acolher jovens do mundo inteiro que aqui vem celebrar a fé, viver a festa e trazer a riqueza das suas culturas e tradições. Em tempo de descanso e de lazer façamos também a programação das nossas férias para o próximo ano na JMJ em Lisboa.
Agora aproveitemos o tempo de verão para fazer muitas coisas e viver com entusiasmo e fé as festas religiosas, os eventos culturais, os festivais de música acontecem um pouco por toda a parte e congregam milhares de jovens e adultos em grandes espaços de convívio e de festa.
Centenas de pessoas reúnem-se para celebrar a festa, viver a dimensão da fé e conviver com os familiares e amigos, que depois de um inverno de pandemia começam de novo a fazer a experiência de partilhar a vida em momentos onde se valoriza a experiência sinodal da comunhão, da participação e da missão.
As pessoas já tinham necessidade de promover uma reunião familiar, um encontro de convívio, uma refeição partilhada com os amigos, celebrar a festa da Primeira Comunhão, Profissão de Fé e do Crisma de tantas crianças, adolescentes e jovens que frequentaram a catequese paroquial. Este tempo privilegiado do verão é propício para viver experiências únicas, quer na dimensão social, quer na caminhada cristã da fé.
Em muitos lugares da nossa diocese e do país celebram-se as festas anuais dos padroeiros em honra de Nossa Senhora e dos Santos e Santas mais venerados pelos fiéis. Os santuários, igrejas e capelas enchem-se de peregrinos, forasteiros e emigrantes que vindos de longe ou de perto valorizam com programas recheados de momentos celebrativos da fé, procissões e outros os respetivos cartazes. Os promotores das festas religiosas devem ter sempre presente que uma festa antes de mais congrega o povo, que vem dos mais diversos lugares para se reunirem na “Casa Comum” à volta do Deus Criador e amigo dos homens.
Os cristãos não podemos esquecer, que o centro de uma festa que manifesta uma verdadeira religiosidade popular em honra de Nossa Senhora e dos Santos, tem sempre o seu ponto alto na celebração festiva da Eucaristia, na solene procissão e nos atos públicos de fé que integram o programa. Outros momentos de convívio e partilha são importantes dentro de uma programação equilibrada, para nos ajudar a libertar o stress da mente, a fadiga do cansaço e a retemperar as forças e as energias gastas ao longo de um ano. Aqui as férias têm um sentido grande de significado na procura do descanso merecido, na libertação das rotinas, no fazer aquilo que gosta, na regeneração da relação pessoal e na busca de um estilo de vida mais saudável. Faz parte da natureza do ser humano procurar no encontro com o outro, no convívio, na festa, na reunião familiar, nos momentos de lazer encontrar a paz e o equilíbrio de que tanto precisamos.
As férias vividas junto ao mar, em casa, na cidade, no campo, na montanha, no passeio anual, na visita à família, numa peregrinação a algum santuário ou capela da nossa devoção espalhada pelo território do nosso país é sempre uma lufada de ar puro que pela graça do Espírito Santo é oferecida a cada um de nós.
Boas férias! Bom tempo de descanso! Festas religiosas com Deus na programação e Maria no coração.
† António Luciano,
Bispo de Viseu