A luz dos povos é Cristo. A Igreja, enviada por Deus a todas as gentes para ser “sacramento universal de salvação”, por íntima exigência da própria catolicidade, obedecendo a um mandato do seu fundador, procura incansavelmente anunciar o Evangelho a todos os homens (AG 1).
A Igreja é mãe, mestra e educadora da fé. Nós somos filhos da Igreja pelo batismo, fazendo parte do Corpo Místico de Cristo. A Igreja é o Povo de Deus reunido em Seu nome.
Amar a Igreja e dar a vida por ela é o melhor serviço que podemos fazer como cristãos empenhados no testemunho coerente da fé cristã.
O Papa Francisco através de palavras sábias, de gestos proféticos e de atitudes únicas mostra-nos o grande amor que ele tem pela Igreja e pelo seu povo. A celebração do dia dos Avós e dos Idosos, vivida recentemente mostra-nos a ternura de um ancião que vive a fé com alegria, o compromisso e o entusiasmo de pastor preocupado com aqueles que deram o melhor da sua vida à igreja, à família e à sociedade.
O seu testemunho de vida convida-nos a ir mais longe, a sair do nosso conforto para promover o encontro da festa com os marginalizados e descartáveis da sociedade. Na recente viagem ao Canadá, intitulada de peregrinação de penitência, no encontro com os índios o Papa Francisco impressiona de novo o mundo pela sua mensagem de perdão e pelos seus gestos de simplicidade, de acolhimento, ternura e proximidade. É um Papa que ama a Igreja, dá a vida por Ela à maneira de Jesus Cristo e leva aos crentes e pessoas de boa vontade a Alegria do Evangelho. Gestos que arrastam, palavras que confortam os que sofrem e orações que curam e libertam os corações oprimidos. Este é o caminho de uma Igreja em saída, missionária, evangelizadora, que vai ao encontro das periferias anunciar a boa nova do Evangelho da libertação e da paz.
O exemplo do Papa arrasta multidões, denuncia injustiças, pede perdão, conforta os desanimados, congrega vontades, convoca a Igreja para a missão que lhe foi confiada. “A Igreja peregrina, é por sua natureza missionária, visto que tem a sua origem, segundo o desígnio de Deus Pai, na “missão” do Filho e do Espírito Santo” (AG 2).
Todos na Igreja são chamados à santidade (LG 39), pastores e leigos, todos os fiéis para constituirmos uma Igreja santa, católica e apostólica. Guardemos no coração o convite que nos foi feito a todos no dia da Dedicação da Catedral e da Diocese. “Mãos à Obra”! Coragem a Obra é de Deus. Caminhemos em frente, conduzidos pelo Senhor, façamos da nossa Diocese uma Igreja com dinamismo missionário, animada pelo Espírito Santo a caminhar com os jovens rumo às Jornadas Mundiais da Juventude.
A Igreja Sacramento universal de salvação, conduzida pelo Espírito do Senhor é representada pelas seguintes figuras:
– O redil, o rebanho: A Igreja é o redil, cuja única porta e pastor é Cristo (Jo 10,1-10). A Igreja é o rebanho, o Pastor é Cristo, nós somos as ovelhas do Seu rebanho.
– O campo: A Igreja é a agricultura ou o campo de Deus (1 Cor 3,9). Oliveira, o rebento novo. A videira que é Cristo. Nós pela Igreja somos chamados a estar unidos a Cristo, sem o qual nada podemos fazer (Jo 15,1-5).
– A construção, a casa: A Igreja é chamada a ser construção de Deus (1.Cor 3,9). O fundamento é Cristo pedra angular. Neste edifício somos chamados a ser pedras vivas do templo do Senhor. O Senhor foi uma pedra rejeitada pelos construtores. Nós devemos ser pedras vivas na construção da Igreja (1Pe 2,5).
– A Jerusalém, a cidade: A Igreja é chamada a “Jerusalém do alto”, a nossa mãe (Gal 4,26) e (Ap 12, 17). É também descrita como esposa imaculada do Cordeiro imaculado (Ap 19,7).
Cristo amou a sua Igreja e entregou-Se por ela para a santificar. Tomemos
consciência de que todos os batizados somos a Igreja peregrina em caminho sinodal, Igreja que caminha na unidade, na comunhão, na participação e na missão. Cristo Luz do mundo é a cabeça da Igreja, que é o seu Corpo, o “Espírito Santo é a alma da Igreja” e os batizados somos os membros deste Corpo. Maria é o membro eminente da Igreja, o modelo de discípulo, simultaneamente, Mãe de Cristo e Mãe da Igreja.
“A Igreja prossegue a sua peregrinação no meio das perseguições do mundo e das consolações de Deus, anunciando a cruz e a morte do Senhor até que Ele venha. Mas é robustecida pela força do Senhor ressuscitado, de modo a vencer pela paciência e pela caridade, as aflições e dificuldades tanto internas como externas, e a revelar, velada mas fielmente, o seu mistério, até que por fim se manifeste em plena luz” (LG 8).
Devemos olhar para a Igreja com confiança e esperança e tudo fazer para que esta cumpra a sua missão no mundo de hoje. Os batizados são chamados a ser no meio do mundo este sinal de salvação e de graça, tornando-nos luz e fermento a levedar a massa e a transformar a sociedade. Amemos a Igreja e demos a vida por Ela, tornemo-nos protagonistas da sua missão cuidando dos pobres e marginalizados, anunciemos a todos a alegria do Evangelho de Jesus Cristo.
Sirvamos com alegria e zelo pastoral a Igreja e sejamos fiéis seguidores de Jesus Cristo, o Bom Pastor.