O Ano Litúrgico inicia-se com o tempo do Advento. A sua celebração vivida ao longo de quatro domingos ajuda-nos espiritualmente a preparar a festa do Natal de Jesus.
O Advento é um tempo de espera, de encontro, de luz e de paz. É um tempo de esperança, porque Deus nunca desiste do seu Povo. Ele caminha com o seu povo mesmo nas veredas tortuosas da vida. Através dos profetas que anunciaram a vinda do Messias, Deus dialoga com o seu povo e chama-o na ternura e na paz.
A palavra Advento faz referência ao tempo de acolhimento e de espera, que a humanidade viveu até à vinda de Jesus Cristo, o Salvador do mundo.
Este tempo da espera messiânica, culmina com o nascimento de Jesus, na noite santíssima de Belém.
A Igreja propõe hoje aos cristãos a vivência da espiritualidade do Advento, para ajudar os fiéis a viver na esperança e na alegria o tempo que antecipa o Natal. A preparação espiritual convida o coração do homem a abrir-se ao maior acontecimento da história da humanidade: “O verbo fez-Se carne e habitou entre nós”.
Jesus nasce pobre para nos enriquecer com a sua pobreza e nos ensinar a viver o dinamismo da fé numa relação de proximidade com os pobres, os indefesos, os frágeis e os doentes.
O tempo do Advento deve ser vivido numa grande comunhão com a Palavra de Deus, enraizado no mistério litúrgico, renovado pela oração, vivido em espírito de partilha fraterna em caridade diligente.
Jesus vem ao mundo para servir e dar a vida por toda a humanidade. O modo de Jesus estar connosco acontece no mistério da Encarnação, revelado aos homens com o seu nascimento. Aceitar esta revelação de um Deus que se faz próximo e não se cansa de vir à procura do homem para o salvar. O tempo do Advento convida-nos a conjugar os verbos vigiar, converter, testemunhar e anunciar.
– Vigiar na espera jubilosa da vinda do Senhor.
Esta virtude escatológica deve estar sempre viva nas nossas decisões e atitudes pastorais. Pela vigilância, discernimento e perseverança na fé transformaremos os desertos em oásis de paz.
– Converter, tema constante na pregação de João Batista, convida-nos a retomar o caminho da esperança e a endireitar os caminhos tortuosos.
Empenhemo-nos todos na nossa conversão pessoal e na renovação da pastoral da Igreja.
– Testemunhar, como Maria de Nazaré, a Imaculada, a Mãe do Senhor, que vem ao nosso encontro e se faz próxima de nós.
Esta é a hora dos jovens, caminhemos com eles rumo às JMJ em Lisboa de 1 a 6 de agosto de 2023.
– Anunciar o nascimento de Jesus como fez o anjo, mostra-nos a grandeza e a riqueza do dom do Advento, enquanto experiência da “presença” de Deus, da “chegada” do Messias e da “vinda” de Jesus o Salvador do mundo.
A dinâmica de Advento proposta pela nossa Diocese deve ser valorizada, de modo a ajudar o povo de Deus a crescer no amor e na paz. Um mundo arrefecido pela indiferença dos homens, pela falta de fé, precisa de ser aquecido pela fraternidade e solidariedade de um Deus que se faz próximo em cada homem. Esta dinâmica convoca cada um para a seu modo caminhar com a oração e o testemunho para o mistério da Cruz, sinal das JMJ.
A coroa do Advento como símbolo de uma caminhada espiritual e de fé conduz-nos ao longo destas quatro semanas.
Convido os pastores a congregar o povo de Deus, para viver intensamente e com compromisso de discípulos missionários, a novena da Imaculada Conceição e do Menino Jesus. Que a Senhora do Advento, a Mãe da nossa esperança nos fortaleça ao longo da peregrinação da nossa vida.
Vinde Senhor, vinde salvar-nos!
Ajuda-nos a viver este tempo de graça e de esperança messiânica com alegria, na certeza de que o Advento nos conduz ao verdadeiro Natal.