Open/Close Menu A Diocese de Viseu é uma circunscrição eclesiástica da Igreja Católica em Portugal

Observatório Pastoral

 

Na Igreja do presente cada paróquia deve sentir-se chamada a tornar-se uma «família de famílias» onde os seus membros se sintam verdadeiros discípulos-missionários, se «harmonizem as contribuições das pequenas comunidades (comunidades de base), movimentos e associações eclesiais» (Sínodo dos Bispos, 2015), e a comunicação seja personalizada de pessoa para pessoa.

É relevante perceber que a pastoral paroquial tutela e sustem a família quando se define como comunidade «família de famílias», que em sentido próprio, acentua o código do amor familiar como constituinte e critério para a sua ação evangelizadora. Com este conceito teológico-pastoral, pretende-se dar uma resposta à crise relacional e de valores, que mina a qualidade da coerência dos cristãos, sobretudo, a específica das famílias cristãs, e transformá-la numa nova perspetiva de comunhão e num novo modo de a tornar uma experiência forte de fraternidade.

Refletindo-se no específico do amor familiar, a paróquia aprende a ser uma comunidade missionária e sinodal com vínculos fortes e em saída permanente. Isto porque se mede e desenvolve a partir da linguagem relacional vivida e testemunhada em todas as famílias e, indistintamente, em todas as pessoas independentemente da sua condição, idade, aparência, convicções políticas e ideológicas, etc. Nesse sentido, torna-se pertinente sublinhar as palavras do Papa Francisco: «Precisamos de reconhecer também que cada pessoa é digna da nossa dedicação. E não pelo seu aspeto físico, pelas suas capacidades, pela sua linguagem, pela sua mentalidade ou pelas satisfações que nos pode dar, mas porque é obra de Deus, criatura Sua. […] Independentemente da aparência, cada um é imensamente sagrado e merece o nosso afeto e a nossa dedicação» (EG 274).

Mais especificamente, adotando como modelo de orientação o “alfabeto do amor familiar”, onde o afeto e a proximidade são declarados e vividos, a paróquia encontra e constrói com audácia e parrésia condições para dedicar um espaço cultural e educativo mais amplo e eficaz para o caminho da iniciação cristã.

Deste quadro geral de inter-relações entre a “família como Igreja” e “Igreja como família”, que se vivem no quotidiano das paróquias, sobressai um princípio metodológico que foi decisivo na primeira evangelização e se torna atual para a nova evangelização: a pastoral da família deve ser bem cuidada, mas o melhor modo de realizá-la é fazer sobressair uma “pastoral de família”, ou seja, uma pastoral que procure promover a dimensão-familiar que caracteriza a própria Igreja.

Honestamente, sinto que a alternativa válida que poderá fazer frente ao contexto cultural que estamos a atravessar, passará pelo empenho comum de transformar as nossas paróquias em “família de famílias”. Como refere o Papa Francisco: «o bem da família é decisivo para o futuro da Igreja», partilho a convicção de que o futuro da nossa Igreja passa por esta estrada.

 

Pe. João Zuzarte
CategoryDiocese, Pastoral

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