Open/Close Menu A Diocese de Viseu é uma circunscrição eclesiástica da Igreja Católica em Portugal

A Virgem Imaculada, Maria de Nazaré, a Cheia de Graça, a Mulher da promessa messiânica é o sinal de esperança oferecido por Deus à humanidade. Depois do diálogo com Adão e Eva, diante das consequências do pecado original, Deus prometeu a vinda de uma mulher, a Imaculada, sinal do tempo novo, esperança da nova humanidade, que na plenitude dos tempos oferece ao mundo o Salvador.

Por singular privilégio divino, a Santíssima Virgem, isenta da culpa do pecado original, nasce no seio da família de Joaquim e Ana, cumprindo-se o desígnio de ser concebida sem mancha do pecado original, sinal da sua perpétua virgindade e santidade.

A Mãe que acompanha sempre Jesus e sofre com Ele no mistério da cruz renova a dor de uma mãe que perde o Seu Filho único. A Mulher que se alegra na manhã da ressurreição, anima os discípulos e reza com eles para implorar a vinda do Espírito Santo. Maria elevada à glória dos Céus, coroada como Mãe e Rainha, exulta na glória de Deus, onde intercede continuamente pelo povo peregrino, que caminha na terra para a Jerusalém Celeste.

O Advento apresenta-nos em primeiro lugar a figura de Jesus Cristo. A humanidade de Cristo, anunciada pelos profetas, gerada no seio da Virgem Mãe, faz-se presente na pregação de João Batista. O Advento marcado por uma espiritualidade centrada no mistério da Encarnação oferece-nos Jesus Cristo, o Filho de Maria, que assumiu a natureza humana para nos salvar.

A liturgia do Advento celebra particularmente este mistério na Eucaristia e nos sacramentos. O Advento é o tempo da Igreja missionária e peregrina em caminho sinodal, que espera na fé o dom de Deus, a vinda do Messias através da oração, da liturgia e da caridade.

A figura de Maria aparece no tempo do Advento como sinal de esperança e de festa. Plasmada nos textos bíblicos, nas profecias, nos relatos do Evangelho, nas antífonas e nas orações, faz-nos caminhar juntos na comunhão, na participação e na missão. O Advento é um tempo mariano por excelência, sobretudo na solenidade da Imaculada Conceição, a 8 de dezembro, nos dias feriais de 17 a 24 de dezembro e no quarto domingo do Advento, o domingo mais mariano de todo o ano litúrgico.

A Imaculada é a mulher nova, a Nova Eva, a quem foi confiado este projeto divino. A exemplaridade de Maria serve de referência para uma presença materna da Igreja no advento sacramental que precede e prepara a última vinda de Cristo. A atitude de Maria perante a primeira vinda do Senhor, torna-se modelo da atitude da Igreja perante a sua última vinda. A liturgia do Advento exalta a missão de Maria com os títulos bíblicos que são dom de Deus à Igreja: a Cheia de graça e bendita entre as mulheres; a Virgem e esposa de José; a Serva do Senhor; a Mulher nova e nova Eva; a Filha de Sião; a Virgem do Sim, da fecundidade, da escuta, do acolhimento e do “Magnificat”; a Senhora do Advento, da Esperança, da Espectação e do Ó.

Na contemplação dos mistérios da vida de Maria, aprendamos como Ela a mergulhar no mistério do Verbo Encarnado.

  1. Maria, a mulher da fé, a cheia de graça, a virgem do Sim, a crente no amor novo, a Mãe de Jesus, nos ensine a aceitar com generosidade o projeto salvífico de Deus para a humanidade. A Senhora do Advento, a Imaculada, a Mãe da esperança, da confiança, da escuta, do diálogo, do serviço, da proximidade, do compromisso evangélico, nos estimule a percorrer o caminho espiritual da esperança messiânica.
  2. Maria, a mulher da santidade, do testemunho de vida, da alegria de ser jovem, a mãe, esposa e crente, estimule os discípulos de Cristo a viver a vocação na família, na vida consagrada e no ministério ordenado em verdadeiro caminho sinodal.
  3. Maria, a mulher missionária, cheia de alegria interior, disponibilidade para servir a Deus e aos irmãos, convide os jovens a “levantar-se apressadamente”, para como Maria, servir a Igreja e o mundo.
  4. Maria, a mulher evangelizadora, que escuta a Palavra de Deus, a guarda no coração e a põe em prática, nos ensine a sermos verdadeiros discípulos missionários.
  5. Maria, a mulher das dores e do sofrimento, a Senhora da compaixão e da consolação. A Virgem fiel acompanha o Seu Filho no mistério da Redenção, no alto da Cruz, onde nos é dada por Mãe. É a hora de Jesus manifestar a sua glória e revelar a maternidade espiritual de Maria. Temos Mãe!
  6. Maria, a mulher da alegria e da glória. Testemunha fiel do Seu Filho Morto e Ressuscitado, persevera com os discípulos em oração no Cenáculo para implorar a vinda do Espírito Santo. Ao terminar a sua peregrinação, é elevada à glória dos Céus, para junto da Santíssima Trindade interceder pelos irmãos de Seu Filho, que ainda peregrinam na terra.

Sob a proteção e o olhar de Maria Imaculada, a Padroeira de Portugal, a Igreja celebra com os seus pastores e fiéis os mistérios da Salvação e implora, com confiança, da Cheia de Graça o dom da paz e a proteção para toda a humanidade. Com a força da oração humilde e perseverante, deixemo-nos envolver no seu manto imaculado de luz e de graça, de santidade e de paz.

 

† António Luciano,
Bispo de Viseu
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