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Observatório Pastoral

 

O dia 01 de janeiro é vivido com sonhos e desejos sempre renovados e transformados, ainda que esses sonhos e anseios sejam quase sempre os mesmos e não se possam qualificar com o adjetivo de “novos”. Os desejos de paz são os mais repetidos por todos ao começar um novo e os católicos celebram nessa data, há mais de 50 anos, o Dia Mundial de Oração pela Paz.

Para o cristão, que vive o Tempo de Natal, tempo que se recebe a verdadeira e única paz que é o Deus-Menino, sentindo-se chamado a ser discípulo e continuador desse Deus-Menino e do Seu Evangelho, não chega rezar pela paz. A oração deve assumir-se como um momento de conversão de atitudes e posturas diante do outro. Os pedidos de paz não se referem apenas ao que se vive na realidade mundial e internacional, mas naquilo que se vive na realidade pessoal, familiar e comunitária, na dimensão da rua, da aldeia ou da cidade. A busca da paz é uma responsabilidade de fé e de humanidade, porque tem a sua origem na necessidade de se crescer como pessoa, percebendo-se que se vive num meio social que é responsabilidade de todos.

As palavras do Papa Francisco na sua mensagem para o Dia Mundial de Oração pela Paz, sendo já o quinquagésimo sexto, oferece profundas reflexões aos cristãos e à sociedade em geral, já que se apoia na necessidade da redescoberta do sentido de uma vida aberta ao outro, ultrapassando-se o mero individualismo.

Olhando para trás, para a vida do últimos ou dos últimos anos, faz-se quase sempre uma análise negativista do mundo, mas é essencial rever a vida com um olhar cheio de positividade, daí que o Papa Francisco convide à perceção das descobertas positivas que a Covid-19 proporcionou à humanidade, tal como ele refere: «um benéfico regresso à humildade; uma redução de certas pretensões consumistas; um renovado sentido de solidariedade que nos encoraja a sair do nosso egoísmo para nos abrirmos ao sofrimento dos outros e às suas necessidades; bem como um empenho, nalguns casos verdadeiramente heróico, de muitas pessoas que se sacrificaram para que todos conseguissem superar do melhor modo possível o drama da emergência.»

Num mundo ainda a recuperar do desastre pandémico, não apenas do ponto de vista sanitário, mas também do ponto de vista económico e social, algo que se tornou ainda mais doloroso com o regresso da guerra em contexto europeu, é essencial que um dos grandes desejos para o novo ano seja a necessidade da redescoberta da comunidade como lugar de construção do indivíduo e de enfrentamento dos vários desafios que o mundo oferece. Ao desejar-se um mundo mais justo e pacífico, assumem-se desejos de fraternidade que começam em todos e cada um, sentindo que o que acontece aos outros não lhes pertence somente a eles, faz parte de um todo onde todos se inserem, cada um à sua maneira, e são chamados a fazer caminho de renovação na fraternidade.

 

Pe. Sérgio Pinho
CategoryDiocese, Pastoral

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