Observatório Pastoral
Entre os dias 2 e 4 de fevereiro decorreram em Coimbra as V Jornadas Nacionais da Pastoral do Turismo, focadas na temática “A caminho de uma Pastoral Laudato Si”. Foram abordados os principais desafios que se colocam à Pastoral do Turismo, com especial relevância para o facto de em muitas dioceses ainda não existirem organismos especificamente vocacionados para esta área específica e para a necessidade de recursos humanos e materiais que possam estruturar e organizar linhas de ação estratégicas e capacitar os agentes no terreno.
Na apresentação por parte de sete dioceses dos respetivos organismos com competências na área da Pastoral do Turismo foi manifesta a existência de realidades muito distintas, tanto no que concerne ao seu enquadramento, variando entre as áreas dos bens culturais e as da pastoral social e mobilidade humana, como no que se refere às ações desenvolvidas. Presenciam-se ainda muitas indefinições e a ausência de uma atuação concertada e estruturada a nível diocesano e nacional, pelo que o caminho a realizar é muito e exigente.
Em várias intervenções foram colocados alguns dos problemas que se colocam no âmbito da pastoral do turismo, nomeadamente no que concerne à conservação do património, à abertura das igrejas, à forma de acolhimento dos visitantes, à falta de guias preparados e capazes de transmitirem a identidade do património religioso e à escassez de recursos de comunicação qualificados não só no que se refere à informação histórica e artística, como também do significado dos espaços e dos objetos.
Sendo o acontecimento que marcará o ano de 2023, as Jornadas Mundiais da Juventude foram apresentadas como uma oportunidade estratégica para a Pastoral do Turismo. Isabel Figueiredo, Diretora do Secretariado Nacional das Comunicações Sociais, abordou o tema “JMJ 2023: o mundo em Lisboa para viver a fé e descobrir um país”. Apresentou vários vídeos e depoimentos representativos do alcance e das expetativas em relação a este evento, com impacto nacional e internacional e salientou que este encontro de festa da juventude deve constituir também um reforço do encontro dos jovens com Deus, com desafios onde se cruzam várias áreas, entre as quais a descoberta do património da Igreja. Para além da semana que será centralizada em Lisboa, foi dada especial relevância à semana que antecede as Jornadas, concretamente os dias nas dioceses, que constituem uma oportunidade para os agentes locais pensarem em ações que envolvam os recursos turísticos da Igreja, que devem ser integrados numa comunicação dinâmica e criativa. O cuidado no acolhimento e na forma de partilha dos espaços da Igreja proporcionará aos jovens uma fruição integradora, capaz de acrescentar sentido à sua pertença religiosa e de serem mais conhecedores da cultura, das tradições, das vivências das comunidades que visitam. Um conhecimento do outro que será também consequente na caminhada interior de cada jovem como cristão. Neste âmbito, é necessário programar com antecedência e trabalhar em rede para que as JMJ23 sejam vivas ao nível do acolhimento e da disponibilização do património, contribuindo que também por esta via os jovens saiam mais enriquecidos em termos de conhecimento e da presença de Deus nos seus corações.