Observatório Pastoral
A palavra MISSÃO, talvez hoje mais do que nunca, está de moda. De fato em tudo deveríamos sentir-nos em missão. Jesus enviou os seus apóstolos em missão (Mt 10, 5-15) e enviou outros discípulos em missão (Lc 10, 1-24). Há poucos anos, no Ano Missionário, o lema era precisamente “Todos, tudo e sempre em Missão!” e o lema para o Sínodo que estamos a viver engloba três palavras-chave: Comunhão, Participação e Missão.
As OMP são constituídas por 4 ramos: a Propagação da Fé, a Infância Missionária, a Obra de São Pedro Apóstolo e a União Missionária. A Propagação da Fé, fundada por Pauline Jaricot, acaba de celebrar o Bicentenário da sua Fundação e é sobre esta obra que nos vamos dedicar hoje.
Pauline Jaricot, a estratega da missão
Pauline nasceu em Lyon, França, a 22 de Julho de 1799. Desde a sua infância, ela recebeu uma boa educação cristã. Graças ao seu irmão Philéas, a preparar-se para ir como missionário para a China, Pauline foi informada sobre a situação crítica das missões.
Ao dar a conhecer as necessidades dessas missões, Pauline procurava algo concreto, capaz de despertar o entusiasmo e o desenvolvimento a partir do interior: algo que pudesse inflamar todos os católicos e tornar-se uma ajuda para todas as missões.
A sua ideia, que deveria ser concretizada de um modo apropriado, apareceu numa noite de Inverno do ano de 1819. Numa inspiração súbita, Pauline concebeu o seu plano: formar grupos de 10 pessoas, em que cada uma delas se comprometeria a formar um novo grupo de dez – organizando assim as dezenas em centenas, e as centenas em grupos de mil – cada um presidido por um líder de grupo; a todos os níveis, cada membro teria a obrigação de recitar uma oração diária e dar uma oferta semanal para as missões.
Foi assim que surgiu a Obra da Propagação da Fé. A iniciativa teve um sucesso imediato e, em breve, Pauline estava à frente do primeiro grupo de mil. O seu irmão Philéas encorajou-a: “Continua”, escreveu-lhe ele em 1818, “para propagar esta obra que Deus quis começar pelas tuas mãos e que será talvez um dia, a semente destinada a tornar-se uma grande árvore, cujos ramos cobrirão toda a terra com a sua sombra.”
O nome “Propagação da Fé” foi imediatamente adotado. A obra foi rapidamente organizada: em 1821, já contava com cerca de dois mil membros. Em 3 de Maio de 1822, um grupo de sacerdotes e leigos reuniu-se em Lyon para estudar uma forma de cooperação missionária que não se limitasse às missões francesas, mas alargada a todo o mundo e aos missionários de todos os países. E depois de alguma hesitação, foi decidido adotar a obra de Pauline. O presidente da assembleia, Benoît Coste, declarou nessa ocasião: “Somos católicos, consequentemente, não devemos apoiar esta ou aquela missão em particular, mas todas as missões do mundo.”.
Pauline foi beatificada, em Lyon, a 22 de maio de 2022, ano do Bicentenário da fundação desta Obra.