A vocação missionária da Igreja é sinodal e foi “dada por Deus a todas as gentes para ser “sacramento universal de salvação”, por íntima exigência da própria catolicidade, obedecendo a um mandato do seu fundador, procura incansavelmente anunciar o Evangelho a todos os homens” (Atividade Missionária na Igreja no 1).
A Igreja peregrina é, por sua natureza missionária, visto que tem a sua origem, segundo o desígnio de Deus Pai, na “missão” do Filho e do Espírito Santo.
Cristo enviou o Espírito Santo da parte do Pai para realizar no interior das almas a sua obra salvadora e impelir a Igreja à sua própria dilatação. “A razão desta atividade missionária vem da vontade de Deus, que quer que todos os homens sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade” (AG 7).
A missão evangelizadora da Igreja foi confiada aos apóstolos e aos seus sucessores, e a toda a Igreja e a todos os fiéis. Pelo Batismo todos somos membros de Cristo, “sacerdote, profeta e rei”, chamados a ser missionários na Igreja, na paróquia, na família, na escola, no trabalho, no campo, no lazer e em toda a parte para a transformação da Igreja e da sociedade em que vivemos.
É próprio da essência e natureza da Igreja, os batizados formarem o “Corpo Místico de Cristo”, e viver de modo organizado o apostolado que identifica a vocação e a missão que nos foi confiada por Jesus Cristo. Todos somos missionários “para com o exemplo de vida, o serviço e testemunho” (AG 11), fazer crescer a missão da Igreja, onde todos devem caminhar juntos e anunciar ao mundo de hoje a alegria do Evangelho (cf. EG 1).
“O Espírito Santo, que chama todos os homens a seguir Cristo pelas Sementes do Verbo e pregação do Evangelho suscita nos corações a homenagem da fé, quando gera no seio da fonte batismal para uma vida nova os que creem em Cristo, reúne-os num só Povo de Deus que é “raça escolhida, sacerdócio real, nação santa, povo adquirido” (1 Ped. 2,9); (AG 15).
É este povo de Deus, que é convidado a ser Igreja em caminho de “conversão e de renovação pastoral”, que deve caminhar junta em dinamismo sinodal. “Se a Igreja inteira assume este dinamismo missionário, há de chegar a todos, sem exceção” (EG 48). Uma Igreja “em saída” é chamada a ser sempre a casa aberta do Pai” (cf. EG no 46 e 47), uma igreja missionária de “portas abertas” onde todos são convidados a entrar, participar, celebrar e testemunhar. É por tudo isto que eu desafio a Igreja de Viseu a ser uma Igreja missionária. É com esta Igreja que eu sonho, “fiel ao mandato do Senhor” que inclui apelo ao crescimento na fé pelo testemunho de vida cristã e a sermos “discípulos missionários”. É nesta Igreja que vos convido a trabalhar a todos sempre e cada vez mais e em todas as frentes da pastoral, para encontrarmos as “raízes” da alegria de viver a fé. O convite que Jesus fez aos discípulos e aos apóstolos para entrar no Reino de Deus, implica uma mudança radical de vida que passa pelo arrependimento dos pecados e pela conversão do coração. A conversão é uma atitude interior que nos leva a viver uma vida nova marcada pela graça de Deus e pelo dinamismo do Espírito Santo.
Vivamos o próximo mês de outubro com dinamismo missionário em todos os setores da Igreja quer através da oração, da catequese, da formação, da celebração, do testemunho de vida e da partilha missionária através da esmola. Neste mês do Rosário e do Sínodo dos Bispos aproveitemos os subsídios que nos são propostos com o tema “Corações ardentes, pés ao caminho” (Lc 24, 13-35) para promover a oração, a catequese e a formação. Neste mês missionário peçamos a Nossa Senhora Rainha das Missões para que inspire as crianças, os jovens, os adultos, as famílias, os doentes, os marginalizados, os consagrados, os leigos, os seminaristas, os sacerdotes e os diáconos a oferecer a vida, o serviço, o voluntariado e a oração pelos bons frutos do Sínodo dos Bispos e pela Renovação da Igreja.
Rezemos juntos nas famílias e nas nossas Igrejas e capelas por esta intenção de todos e da Igreja universal.
Rezemos o terço todos os dias por estas intenções da Igreja, o bom trabalho do Sínodo dos Bispos e por uma Igreja verdadeiramente missionária, Todos somos missão, chamados a ser missionários na Igreja e a fazer com alegria o caminho sinodal juntos.