Open/Close Menu A Diocese de Viseu é uma circunscrição eclesiástica da Igreja Católica em Portugal

“Uma Igreja sinodal é uma Igreja do encontro e do diálogo” (IL, 24).

O Sínodo está a ser vivido no Vaticano na presença do Papa Francisco com 464 participantes, dos quais 365 tem direito a voto, incluindo 54 mulheres.

É uma grande novidade pelo seu próprio objetivo, chamados a “caminhar juntos”. “Portanto, uma Igreja sinodal promove a passagem do “eu” para o “nós” (IL, 25).

À luz do Espírito Santo, devemos viver a missão da Igreja que nos convida a reconhecer os sinais da presença de Deus no nosso mundo. É por isso que “uma Igreja sinodal é também a Igreja do discernimento, na riqueza de significados que esse termo assume dentro das diferentes tradições espirituais” (IL, 31).

Milhões de católicos espalhados pelo mundo inteiro acompanham com interesse e rezam pelos bons frutos da Assembleia Geral do Sínodo dos Bispos, sobre a Sinodalidade.

Reunidos juntos por grupos encontraram-se na escuta ativa e falaram sobre diversos temas, tendo o da formação um lugar muito importante.

O Sínodo convida-nos a todos a viver em: “comunhão, participação e missão”. Este é o modo próprio de ser Igreja. Ao longo destes dias alguns jornalistas, dando notícias comentavam o desenrolar do “Sínodo” e chegaram a afirmar o seguinte: “Sinais de uma revolução na Igreja ameaçam o Vaticano”.

Alguns participantes como D. José Ornelas, presidente da CEP, D. Virgílio Antunes, Vice-Presidente da CEP, falam de um ambiento sério que se vive entre si e dizem que as pessoas conversam, afirmando que o Sínodo é um momento muito forte da presença do Espírito Santo, falam de um clima orante para “ouvir” a voz do Espírito, a voz da Igreja e a voz do mundo.

A grande revolução, que está a acontecer na vida da Igreja e no coração de quem tem fé e acredita, é obra do Espírito Santo, que trabalha no silêncio e pede ao Povo de Deus a coragem para fazer juntos esta reflexão sinodal, como caminho da Igreja.

O Espírito Santo gera a comunhão e só Ele é o horizonte da vida da própria Igreja. A comunhão é tudo o que pensamos, dizemos, rezamos, celebramos, fazemos e testemunhamos.

São precisos grupos sinodais espalhados pela Igreja universal, pois os participantes foram enviados em nome das Igrejas locais, para no Vaticano serem representantes das Dioceses do mundo inteiro.

Os participantes têm uma grande vontade de juntos se ouvirem e falarem em grupos linguísticos sobre os assuntos contidos no “Instrumento Laboris” e que interessam à vida da Igreja e do mundo.

Em Roma e nas comunidades, os cristãos juntos devem fazer a mesma experiência: ouvir, escutar, rezar, falar, dialogar, pensar e perguntar: Que Igreja somos nós? Que Igreja queremos ser? Dando espaço ao estudo do ensinamento do Concílio Vaticano II, perguntar: “Igreja que dizes de ti mesma?” (LG). “Igreja que dizem os outros de ti?” (GS). Ou então na mensagem do Apocalipse: “O que diz o Espírito às Igrejas?” (Ap 1).

Cinquenta anos depois da realização de Concílio Vaticano II e da publicação de muitos Documentos do Magistério da Igreja, uma pergunta: estes ensinamentos são conhecidos pela maioria dos cristãos, assimilados e postos em prática? Quantos cristãos conhecem a Bíblia, o livro que contem a Palavra de Deus, quantos estudam o Catecismo da Igreja Católica, ou já leram o Código do Direito Canónico? Na verdade, a Igreja tem de apostar muito na formação dos leigos e na valorização da sua vocação e serviço (cf CFL).

Segundo o Padre Sérgio Leal, da Diocese do Porto, especialista em sinodalidade e a participar no Sínodo em Roma, tentando “procurar o que somos capazes de pensar juntos como Igreja”.

Este é um grande desafio pastoral feito a todas às nossas paróquias e comunidades da diocese.

Algumas comunidades já têm algum caminho feito, já têm grupos de reflexão pastoral com esta dinâmica e vivência de trabalho sinodal na catequese, na liturgia, na ação social, na comunicação, assim e como em respostas inovadoras pastorais no encontro, na escuta, no acolhimento e no diálogo.

Nas Igrejas locais algumas comunidades estão a dar os primeiros passos, a começar a caminhar na sinodalidade. Devemos pois encorajar-nos e não ter medo de ajudar a criar o dinamismo de começar a caminhar juntos, a reunir juntos com as pessoas, a escutá-las e dialogando juntos o melhor caminho a seguir. Lutar contra o individualismo, a indiferença, o pessimismo, a desmotivação, pois todos juntos com o esforço pessoal e com a generosidade do grupo, pois com o contributo de todos juntos construiremos uma Igreja renovada e um mundo novo.

Segundo o Padre Sérgio Leal, o “Papa com este Sínodo quer colocar-nos a recuperar o nosso sentido de Igreja mais original. Caminharmos, juntos na capacidade de construirmos “comunhão e fraternidade”. “Para o Papa sinodalidade é a dimensão constitutiva da Igreja. Portanto é a identidade da própria Igreja. E com esta resposta o Papa quer colocar-nos a recuperar o nosso sentido de Igreja mais original e sobretudo aquele que melhor responde ao sonho de Deus e à iniciativa divina”.

Que ninguém fique de fora deste projeto, pois a sinodalidade implica o caminhar juntos sempre, um caminho em conjunto.

Rezemos ao Espírito Santo, por intercessão de Nossa Senhora do Rosário de Fátima, para que esta experiência Sinodal aconteça em todas as comunidades da Diocese de Viseu.

 

† António Luciano,
Bispo de Viseu
CategoryBispo, Diocese

© 2016 Diocese de Viseu. Todos os direitos reservados.
Desenvolvimento: scpdpi.com

Siga-nos: