Voz do Pastor
Aproxima-se a Semana Santa e a vivência litúrgica da celebração do Mistério Pascal do Senhor.
A Semana Santa inicia com a celebração da Liturgia do Domingo de Ramos da Paixão do Senhor. A Bênção dos Ramos faz memória da entrada triunfal de Jesus Cristo na cidade Santa de Jerusalém, com a proclamação solene da Paixão do Senhor. “Cristo vai ao encontro da Morte com liberdade de Filho”. A Eucaristia do Domingo da Paixão convida o povo de Deus a iniciar a Semana Santa numa atitude profunda de fé, com espírito de penitência, oração, jejum e caridade para imitar os sentimentos, que levaram Nosso Senhor Jesus Cristo a caminhar voluntariamente para a morte. “Hossana! Hossana! Bendito o que vem em nome do Senhor”.
A vivência espiritual da Semana Santa convida os cristãos a fazer na reta final da Quaresma a peregrinação que nos conduz ao coração do mistério pascal para celebrarmos com alegria a memória da Última Ceia de Jesus, o mistério da sua Paixão, Morte e Ressurreição.
Quinta feira Santa, o dia do Sacerdócio e da Eucaristia, convido o povo de Deus a participar na Missa Crismal e a rezarem pelos sacerdotes, diáconos, seminaristas e a pedir a Deus o dom de novas vocações sacerdotais. Cristo Sumo e Eterno Sacerdote instituiu o sacramento do amor, da comunhão e da unidade. Nesta celebração os sacerdotes renovam as promessas sacerdotais e acontece a Bênção dos Óleos e a Consagração do Crisma.
Convido todos a participar nestas celebrações litúrgicas.
O Tríduo Pascal inicia com a Eucaristia vespertina de Quinta Feira Santa, memorial da última Ceia do Senhor com os seus Apóstolos no Cenáculo de Jerusalém. Na celebração solene da Eucaristia acontece o momento do Lava-Pés e no final faz-se a Transladação do Santíssimo Sacramento, seguida de adoração.
Sexta-Feira Santa, celebração da Paixão do Senhor. O mistério da condenação, da vivência do sofrimento da Paixão e Morte de Jesus na Cruz. A leitura da Paixão, a Oração Universal, a Adoração da Cruz e a Comunhão do Corpo de Jesus como sinal de esperança no mistério da dor Pascal.
“Junto à Cruz de Jesus, permaneciam de pé sua Mãe, a irmã de sua Mãe, Maria, mulher de Cléofas, e Maria de Magdala” (Jo 19,25). A sepultura de Jesus pelos seus amigos num túmulo novo do jardim. Maria na contemplação, oração, silêncio e sofrimento viveu unida a Jesus a “co-Paixão”. Toda a nossa glória está na Cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Sábado Santo, dia de luto, de silêncio, de oração, de repouso e de meditação, a Igreja junto do túmulo do Senhor, espera que “a semente lançada à terra, produza muito fruto”.
A Vigília Pascal, na Noite Santa é a mãe de todas as vigílias da Igreja. Inicia com a solene bênção do lume novo ou celebração da Luz, a apresentação do Círio Pascal, proclamação da Páscoa em Cristo Ressuscitado, a Luz do mundo. Segue-se o cântico do Precónio Pascal, o início da Liturgia da Palavra e do cântico dos Salmos. Proclama-se solene mente o cântico do Glória e faz-se a Leitura do Novo Testamento e o cântico festivo do Aleluia. A seguir faz-se a proclamação jubilosa do Evangelho da Ressureição, seguido da homilia. Segue-se a Liturgia Batismal, o cântico das Ladainhas, a Bênção da Água Batismal, a Renovação das Promessas do Batismo, a aspersão do povo e a continuação da celebração da Eucaristia solene da Páscoa.
No Domingo de Páscoa, a solene Eucaristia da Ressurreição de Jesus, a festa principal dos cristãos com a procissão Eucarística e a Visita Pascal às Famílias.
Rezemos juntos pedindo a Jesus Crucificado, Ressuscitado a graça de vivermos verdadeiramente como cristãos estas festas solenes da Páscoa, a caminho do Jubileu da Esperança em 2025.
Uma santa Semana Santa e umas felizes Festas Pascais!
+António Luciano, Bispo de Viseu