Terminaram os trabalhos de reflexão do Sínodo dos Bispos em Roma, mas agora deve começar a verdadeira experiência sinodal na vida concreta e pastoral das dioceses do mundo.
O Cardeal Arcebispo do Luxemburgo D. Hollerich afirmou aos participantes da II Sessão da Assembleia Sinodal em Roma de 2 a 27 de outubro o seguinte: “a Assembleia Sinodal tem a responsabilidade de dar ‘o último passo’ no trabalho iniciado em 2023, sem ter medo de esboçar propostas concretas que as Igrejas individuais serão depois chamadas a adotar nas diferentes circunstâncias. Procurando delinear caminhos que permitam encarnar os fundamentos na vida e nas práticas quotidianas das comunidades cristãs, tornando-se mais concretos”.
O Caminho sinodal da Igreja, experimenta agora depois da publicação do Documento Final, num conjunto de cinco partes, “o coração da sinodalidade, no barco, juntos, lançando a rede, para uma pesca abundante, enviados” a formar um povo de discípulos missionários.
Na reflexão podemos dar prioridade a temas como as reuniões dos padres sobre a “conversação no Espírito”, o exercício do Primado e o Sínodo dos Bispos, o povo de Deus sujeito da missão e o papel e autoridade do Bispo numa Igreja sinodal. Todos devemos promover uma relação silenciosa e orante entre a Igreja local e a Igreja universal.
Acolhamos com alegria e entusiasmo pastoral o conteúdo do Documento Final do Sínodo dos Bispos que foram estudados, refletidos e rezados juntos e deixemos agora, que eles iluminem e valorizem o nosso Projeto Pastoral Diocesano para o ano 2024-2025.
“És chamado por Jesus. Experimenta-O…”, deve ser o mote dado para viver estes dias de Oração pelos Seminários com mais intensidade, rezando pelos nossos seminaristas, pelos seus formadores, pelos nossos Seminários e pelo aumento das vocações sacerdotais.
Sentir a alegria de ser chamado por Jesus Cristo para servir a sua Igreja, deve ser um desafio e um compromisso no caminho sinodal que juntos devemos fazer e testemunhar.
Rezar pelos Seminários e pela sua missão eclesial e social nos dias de hoje, não pode deixar-nos indiferentes à corresponsabilidade que temos de partilhar o nosso pão e contribuir para a formação dos novos padres. Criemos uma bolsa de estudo nas nossas paróquias de modo a ajudarmos na formação dos novos pastores.
Nos dias em que vivemos marcados por guerras, violência e tempestade, como aquela que afetou a região de Valência em Espanha deixando tantas pessoas mergulhados na pobreza, na tristeza e num sofrimento profundo, rezemos pelos que morreram e por todos os desalojados.
O Papa Francisco na Bula de Proclamação do Grande Jubileu Ordinário de 2025 convida-nos a estarmos “Ancorados na Esperança”, apoiados na fé e na caridade que nos leva a buscar a vida eterna como a nossa felicidade. Sejamos promotores dos sinais da esperança: a paz, a abertura à vida, o cuidado dos presos, os doentes, os jovens, os exilados, deslocados e refugiados, os idosos e os pobres.
Convido-vos a todos a viver com intensidade espiritual e caridade evangélica o “Dia Mundial dos Pobres”, que vamos celebrar no terceiro domingo de novembro, promovendo atividades de solidariedade, partilha e encontro, que mostrem o amor preferencial pelos pobres.
A pobreza aumentou no mundo, os cristãos não podem ficar indiferentes, sejamos todos mais solidários e próximos dos nossos irmãos carenciados.
+António Luciano, Bispo de Viseu