Open/Close Menu A Diocese de Viseu é uma circunscrição eclesiástica da Igreja Católica em Portugal

Esta expressão de São Paulo na Carta aos Romanos (Rom 8,37) é referida a Cristo, rosto visível do Pai, que deu a vida por nós e amou-nos até ao fim. Cristo tinha dito aos seus discípulos: “Eu vos amei” (Jo 15,9). Por isso nada nos pode separar do amor de Cristo, Ele amou-nos primeiro, graças a Jesus, “conhecemos o amor que Deus nos tem, pois cremos nele” (1 Jo 4,16).

O Papa Francisco ofereceu à Igreja no decorrer dos trabalhos da II Assembleia Ordinária do Sínodo dos Bispos, sobre a Sinodalidade, um presente, um dom com uma nova Encíclica sobre o amor do Coração de Jesus. Amou-nos: Dilexit Nos, sobre o amor humano e divino do Coração de Jesus.

A Carta Encíclica é composta por 220 números e aprese o nº 1 começa com a expressão de São Paulo: “Amou-nos”. A sua estrutura divide-se em cinco capítulos. O I: “A importância do coração (nº 2-31); O II: “Gestos e palavras de amor” (nº 32- 47); O III: ”Este é o coração que tanto amou” (nº 48-91); O IV: ”Amor que dá de beber” (nº 92-163); O V: “amor por amor” (164-216); A Conclusão (nº 217-220).

Faço um convite a todos, arranjemos tempo para ler este belo texto, acolhamos com alegria a sua mensagem de amor, de confiança, de misericórdia, de graça e de esperança. Que seja um livro de meditação, de oração, de estudo, de interiorização, de conversão, de renovação espiritual e de compromisso pastoral. Deixemo-nos envolver no amor humano e divino do Coração de Jesus para sermos verdadeiramente felizes como discípulos missionários.

O amor de Jesus Cristo manifesta-se na simbologia do coração. “O coração aparece como o centro do desejo e o lugar onde são forjadas as decisões importantes de uma pessoa” (Dilexit Nós, 3). O Papa Francisco continua o seu ensinamento: “O coração é igualmente o lugar da sinceridade, onde não se pode enganar ou dissimular. Costuma indicar as verdadeiras intenções, o que se passa, se acredita e se quer realmente, “0s segredos” que não se contam a ninguém, em suma, a verdade nua e crua de cada um. O que não é aparência ou mentira, mas autêntico, real, inteiramente “pessoal” (Dilexit Nos, 5).

Um tema cristológico e muito querido da Igreja, que o Papa Francisco como jesuíta, vive e testemunha no seu ministério petrino, numa expressão muito rica de Santo Inácio de Loiola: “Em tudo amar e servir Jesus”. Deixemo-nos amar por Jesus e amemos como Ele os nossos irmãos, particularmente, os pobres, os doentes, os vulneráveis e os pecadores até ao fim.

O Papa Francisco convida os cristãos a regressar à sabedoria interior, ao “coração” para encontrar verdadeiramente o amor do Coração de Jesus. “Neste mundo líquido, é necessário voltar a falar do coração; indicar onde cada pessoa, de qualquer classe e condição, faz a própria síntese; onde os seres concretos encontram a fonte e a raiz de todas as outras potências, convicções, paixões e escolhas. Movemo-nos, porém, em sociedades de consumidores em série, preocupados só com o agora e dominados pelos ritmos e ruídos da tecnologia, sem muita paciência para os processos que a interioridade exige” (9).

Vivamos o Dia Mundial dos Pobres a contemplar o Coração de Jesus, que nos amou primeiro e até ao fim, que se fez pobre e humilde, para nos enriquecer com a sua graça o dom de vivermos e servirmos com alegria, caridade, justiça e solidariedade os irmãos mais necessitados, num “amor preferencial pelos pobres”.

+António Luciano, Bispo de Viseu

CategoryBispo, Igreja, Papa

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