Open/Close Menu A Diocese de Viseu é uma circunscrição eclesiástica da Igreja Católica em Portugal

“Peregrinos de Esperança”, pelos caminhos de Advento, vislumbramos o mistério do Natal de Jesus. No encontro com Maria, Sua Mãe, celebramos a Solenidade da Imaculada Conceição.

Desde a fundação da nacionalidade portuguesa a figura maternal de Maria acompanhou a história do nosso país, que nasce, cresce e chega aos nossos dias com o epíteto: Terra de Santa Maria.

O povo cristão encontrou sempre na Virgem Imaculada, a mãe que cuida de nós, a rainha que nos protege e a crente que fortifica a nossa fé.

A celebração da festa da Imaculada Conceição marca o ritmo da Liturgia do Advento e, no dia 8 de dezembro, como acontece todos os anos cumpre-se a tradição. No cumprimento das rubricas celebramos a Padroeira de Portugal titular de tantas paróquias, seminários e instituições.

A piedade popular encontra nesta festa mariana preparada pelos cristãos com tanta fé e empenho com uma novena de oração e de cânticos, a recitação comunitária do terço e a pregação mariana nas mais recônditas aldeias, vilas e cidades do país.

A devoção do povo a Nossa Senhora da Conceição é um sinal positivo e bom, que não se pode perder. A Igreja deve ensinar aos fiéis este amor filial a Nossa Senhora, este espírito de confiança e de esperança na sua proteção em todos os momentos da nossa vida.

Os fiéis cristãos de Portugal sempre viram em Nossa Senhora a figura da nova Eva, a mulher escolhida por Deus como bênção para o seu povo, o sinal prometido para na plenitude dos tempos ser a Mãe de Jesus.

Ela é o grande sinal da revelação de Deus a toda a humanidade, que transporta em si o desejo e a esperança de um mundo novo, que podemos alcançar através da “preparação radical para a vinda do Salvador e a feliz aurora da Igreja sem mancha” (Marialis Cultus, 3).

Celebramos com fé e alegria a solenidade da Bem-Aventurada Virgem Maria, modelo e esperança para toda a Igreja em caminho de santidade.

Contemplar a Virgem Imaculada, a Cheia de Graça é uma oportunidade oferecida a todos os cristãos para meditar sobre a vida e o testemunho de Maria, a Mulher do cumprimento das promessas messiânicas que intensamente recordamos no tempo de Advento, como sinal de esperança oferecido por Deus à Igreja e à humanidade.

Por privilégio singular de Deus a Virgem Maria foi preservada de toda a culpa do pecado original. Nasceu no seio de uma família judaica e os seus pais foram São Joaquim e Santa Ana.

O Dogma da Imaculada Conceição, proclamado em 8 de dezembro de 1854, definido solenemente pelo Papa Pio IX, como verdade dogmática recebida por tradição antiga, ajude os cristãos e a Igreja a cantar um hino de ação de graças e de louvor a Deus, olhando com veneração para a Santíssima Virgem, como a mulher escolhida para ser a Mãe de Jesus.

A liturgia do Advento celebra particularmente este mistério do Deus que vem na Eucaristia, nos sacramentos e na partilha fraterna com os irmãos.

Neste contexto recordo o seguinte apelo: “Em comunhão com as Orientações da Conferência Episcopal, proponho a todos os cristãos um caminho de oração pela paz na terra de Jesus e convido os párocos a organizar nas suas comunidades um peditório no terceiro domingo do Advento, como gesto de partilha e de solidariedade, destinado a ajudar os cristãos da Terra Santa. Se em alguma comunidade não for possível neste domingo, peço aos sacerdotes, que o façam durante este tempo de Advento, ou de Natal, mais conveniente”.

O Advento é um tempo litúrgico vivido na Igreja com características de peregrinação missionária e sinodal, que espera na fé o dom e a vinda do Messias ao mundo através da oração, da liturgia e da caridade. Ao contemplar Jesus que nasceu no presépio acolhamos toda a humanidade numa experiência de diálogo, doação e serviço junto dos pobres, dos doentes, dos abandonados, dos excluídos e marginalizados da sociedade.

Maria aparece no tempo do Advento como sinal de esperança e de festa. Plasmada nos textos bíblicos, nas profecias, nos relatos do Evangelho, nas antífonas e nas orações, faz-nos caminhar juntos na “comunhão na participação e na missão”.

Sob a proteção e o olhar de Maria Imaculada, a Padroeira de Portugal, a Igreja celebra os mistérios da Salvação e implora com confiança o dom da paz e a proteção da “âncora da Esperança” para toda a humanidade envolvida num imenso mar de dor, de sofrimentos e de conflitos sociais.

Que a beleza de Maria Imaculada, brilhe no nosso mundo como sinal de esperança e de luz neste tempo de Advento.

+António Luciano, Bispo de Viseu

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