A tradicional procissão de Nosso Senhor dos Passos voltou a sair à rua, neste passado fim de semana, dias 5 e 6 de abril, organizada pela Irmandade de Santa Cruz e Passos.
Na noite de sábado, o andor foi transportado em silêncio e devoção pela comunidade de Ranhados, da Igreja de São Miguel de Fetal em direção à Catedral, e, no domingo, regressou à Igreja pelas mãos da PSP e dos Bombeiros Voluntários, tendo o pálio sido levado por agentes da Polícia Municipal e da GNR, como já é tradição.
Neste último dia, o Bispo presidiu à oração de Vésperas II, do V Domingo da Quaresma, na Catedral, integradas no espírito da peregrinação jubilar, com a participação de uma grande assembleia.
No momento próprio, depois da leitura breve, D. António Luciano fez uma reflexão sobre o mistério da vida de Jesus, “que nos convida a seguir os seus passos no caminho da cruz, para que o exemplo da nossa vida cristã chame muitos irmãos para escolherem Cristo como dom e tesouro das suas próprias vidas”.
Na sua intervenção, convidou o povo de Deus a fazer esta peregrinação, integrada na celebração do Jubileu dos Doentes, à qual a Diocese de Viseu se associou, pedindo pelas intenções do Santo Padre e pelas melhoras de todos os doentes.
Posteriormente, o cortejo religioso saiu da Catedral, em ambiente de profunda oração, silêncio e espiritualidade, solenizado pela Banda Filarmónica de Ribafeita, que ajudou a dar mais brilho a este momento de fé e devoção, representativo de Cristo no caminho da cruz.
Também a procissão foi presidida pelo Bispo que, na Igreja de São Miguel de Fetal, felicitou a Irmandade de Santa Cruz e Passos, na pessoa do seu juiz, Álvaro Meneses, as autoridades civis, militares e de segurança, bem como a grande multidão que acompanhou o cortejo.
Dirigindo-se a todos os presentes, o Prelado convidou-os a fazerem o caminho para a Páscoa, através da leitura e da meditação do Evangelho da Paixão e Morte de Jesus, partindo da mensagem Bíblica: “assim como Moisés elevou a serpente no deserto, também o Filho do Homem será levantado”.
À luz dos acontecimentos que assolam o mundo de hoje, o Bispo pediu a todos que adotem na sua vida o modelo de “Jesus, que anunciou, por três vezes, aos seus discípulos a necessidade de subir para Jerusalém, mesmo contrariando-os, tendo sofrido e morrido na cruz para nos deixar o exemplo”.
“É este o caminho de cada cristão. Tomar a sua cruz, em cada dia, para seguir o seu mestre. Neste ano Jubilar da Esperança, caminhemos todos juntos para a Páscoa, semeando a Boa Nova do Evangelho no coração dos irmãos que encontrarmos pelo caminho”, pediu.
O Bispo desejou a todos um santo caminho para a Páscoa, através da vivência do mistério Pascal.
Para a Irmandade de Santa Cruz e Passos o sentimento é de missão cumprida, já que todos os anos se esforça para manter viva esta tradição. “Foi uma procissão muito linda, muito participativa e que congregou as forças vivas da cidade, com muitas pessoas a participar e a assistir”, destacou Arlindo Ramos, um dos responsáveis da Irmandade.
A procissão com a imagem de Cristo a carregar a cruz a caminho do Calvário, numa manifestação pública de fé e devoção, que se realiza desde 1567, marca este tempo de Quaresma e antecipa a vivência da Semana Santa, a chamada “Semana Maior”, que vai decorrer de 13 a 20 de abril.