
A Semana Santa, celebrada anualmente por cristãos de todo o mundo, é um período de profunda reflexão e renovação espiritual. Com início no Domingo de Ramos, 13 de abril, e término na Páscoa, dia 20, estes dias marcam a paixão, morte e ressurreição de Jesus Cristo, resgatando o significado da fé, a penitência e a esperança.
A Catedral recebe as tradicionais celebrações presididas pelo Bispo de Viseu, D. António Luciano.
No dia 13 de abril, o Domingo de Ramos na Paixão do Senhor inicia-se com a bênção dos ramos, tradicionalmente de loureiro, oliveira e alecrim, às 10h45, no adro da Sé, e que simbolizam o acolhimento a Jesus ao entrar na cidade de Jerusalém. Em seguida, é celebrada a Eucaristia da Paixão. É também neste dia que, habitualmente, se entrega a renúncia pascal que este ano é distribuída em partes iguais para: apoiar a construção de uma cozinha comunitária, em Angola, na Diocese de Viana; ajudar a “Fazenda da Esperança”, uma comunidade terapêutica de recuperação de dependências, situada na paróquia de Celorico da Beira, Diocese da Guarda; e contribuir para o “Fundo de Emergência” da Diocese de Viseu, com o objetivo de apoiar situações de necessidade.
Na Quinta-feira Santa, dia 17, às 10h30, é celebrada a Missa Crismal, onde a vertente do sacerdócio é mais salientada com a renovação das promessas sacerdotais, feitas na ordenação, e a bênção dos santos óleos dos catecúmenos e dos enfermos e a consagração do Santo Crisma. Uma celebração que junta o presbitério em volta do seu Bispo, por quem todos são também convidados a rezar.
No mesmo dia, às 18h00, decorre a celebração Vespertina da Ceia do Senhor, revivendo a Última Ceia de Jesus com os seus discípulos, centrando-se nas palavras da Eucaristia, em que o Senhor nos deixa o seu Corpo e Sangue como alimento, com o gesto catequético e significativo do Lava Pés. Com esta Eucaristia abre-se o Tríduo Pascal, centro de todo o ano litúrgico. Ainda nesse dia, às 21h30, é celebrada uma Hora Santa na Capela Tércia (tempo de adoração do Santíssimo Sacramento).
No dia 18, Sexta-feira Santa, celebra-se o dia da Paixão do Senhor. Pelas 10h00, começa a oração do Ofício de Leitura e de Laudes, com hinos, salmos, cânticos e leituras. Às 15h00 é celebrada a Paixão do Senhor, sendo o único dia do ano em que a Igreja não celebra a Eucaristia. Unida à celebração do dia anterior, este momento viver-se-á na liturgia da Palavra própria, com a proclamação do Evangelho da Paixão segundo São João, na oração universal, também ela singular, e na Adoração da Cruz.
No mesmo dia, às 21h00, tem início um momento de manifestação popular de piedade e devoção, a Procissão do Enterro do Senhor, da Igreja dos Terceiros para a Catedral, que é conhecida por ser um momento alto onde a comunidade se congrega.
A oração cantada marcará também a manhã de Sábado Santo, dia 19 de abril. Nesse dia, às 10h00, na Catedral, o Ofício de Leitura e Laudes serão convite à oração e meditação, em que o Senhor, jaz sepultado, na espera da sua Ressurreição. O início da Vigília Pascal acontece às 21h30, com a luz que se acenderá do Círio Pascal, sinal de Cristo ressuscitado, que iluminará a Catedral e os corações daqueles que reunidos celebram o Senhor vivo e presente no meio de nós, com o cântico festivo do Glória e o repique dos sinos que anunciam ao mundo a grande notícia desta noite, cantando aleluias de festa. Um momento que contará com a dimensão batismal desta celebração, desde a bênção da água, a renovação das promessas batismais e a aspersão, que resulta na manifestação de uma alegria que brota da Ressurreição do Senhor. Esse momento será vivido no Domingo de Páscoa, dia 20, com a celebração da Eucaristia festiva, às 11h00.
Ao longo desta semana, os fiéis são convidados a refletir sobre a importância do perdão, da solidariedade e do renascimento, elementos essenciais para o fortalecimento da espiritualidade.
Segundo o Bispo de Viseu, esta é a “chamada Semana Maior, porque nela os cristãos celebram os mistérios da Vida, Paixão, Morte, Sepultura e Ressurreição de Jesus Cristo”.
“Todos os batizados são chamados a viver intensamente esta semana a nível espiritual, participando nos atos litúrgicos, fazendo a oração, o jejum e a prática da caridade. Cristo deu a vida por nós, para nos salvar, para que todos aprendamos, deste modo, a dar a vida pelos irmãos, tornando-nos discípulos missionários”, refere.
D. António Luciano acrescenta, ainda, que “estes dias da Semana Santa são um momento oportuno para a nossa conversão pessoal e para, em conjunto com Jesus, descobrirmos o caminho da cruz e o caminho do serviço na alegria cristã deixando-nos envolver pelo mistério da Páscoa”.