Open/Close Menu A Diocese de Viseu é uma circunscrição eclesiástica da Igreja Católica em Portugal

O mês de junho terminou com um grande elogio espiritual ao testemunho de fé dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo.

Conheceram Jesus em caminhos diversos. André apresenta o seu irmão Simão a Jesus e este convida-o a deixar os barcos e as redes para se tornar pescador de homens. O itinerário espiritual de São Pedro começa com o discurso do mestre, enquanto consertava as redes e se encontrou com Jesus, acontecimento decisivo que veio a marcar toda a sua vida.

Ao chamamento de Jesus: “Tu, vem e segue-Me”, torna-se para, Simão, chamado depois Pedro e para o grupo dos discípulos um “indicativo da graça”, a seguir o mestre, uma aventura, um “imperativo do serviço”, que ainda hoje continua na vida da Igreja. “Ide por todo o mundo anunciar o Evangelho”.

O mesmo aconteceu com Saulo, depois chamado Paulo, que de perseguidor dos cristãos se tornou “um vaso de eleição para ir anunciar o Evangelho aos gentios”. Depois da sua conversão e com o seu zelo de Apóstolo afirmou: “Ai de mim se não evangelizar”.

Este é o grande desafio para todos os cristãos, mesmo no meio das perseguições e das dificuldades, continuar a anunciar a Boa-Nova de Jesus.

É no mundo das relações, uns com os outros, com experiências de escuta, diálogo e participação, que o caminho de conversão e renovação se faz na Igreja. “ A renovação da comunidade cristã só é possível reconhecendo o primado da graça. Se falta a profundidade espiritual pessoal e comunitária, a sinodalidade reduz-se a um expediente organizativo” (Documento final do Sínodo, 2024, n.º 44).

Que as nossas relações assentem na prática do mandamento novo do amor recíproco, através de um lugar e de uma forma de encontro com Deus e com os outros.

Há valores que nos transcendem na nossa existência quotidiana de seres finitos e nos abrem para um horizonte de um bem maior, que para quem tem fé chama de Deus, mas para a maioria das criaturas não é outra coisa, senão algo que lhes é superior, ao qual podemos chamar de “Princípio Operativo do Bem”, a fonte e a origem de toda a vida e de toda a criação. Para nós, cristãos, é a revelação do mistério Trinitário de Deus.

Percorrer este caminho é um ato de justiça, de confiança e de esperança, um compromisso missionário do povo de Deus no nosso mundo e um dom que devemos invocar do alto.

A Igreja e o mundo precisam de implorar a vinda do Espírito Santo, que renova a face da terra, cura o coração do homem e faz novas todas as coisas da criação.

Na Igreja sinodal, “toda a comunidade, na livre e rica diversidade dos seus membros, é convocada a rezar, a escutar, analisar, dialogar, discernir e aconselhar na toda de decisões” (CTI, nº 68).

Quando os batizados vivem e sentem que Deus os conduz por uma autoestrada de amor e de apostolado através da oração, da Eucaristia e da Internet, experimentam ser como “uma alma de fogo”, que incendeia de amor, de justiça e de paz todos os que estão à sua volta, fazendo-os participar da mesma graça e experimentar o mesmo caminho de santidade, como testemunhou Carlo Acutis nos seus 15 anos de vida.

O exemplo dos santos arrasta e estimula o caminho da nossa fé. Como cristãos, somos sempre e em tudo, testemunhas de Cristo crucificado e ressuscitado.

Desde os primórdios, a Igreja rejubila com o testemunho da fé e da santidade dos seus fiéis, santos, pastores e mártires. Foi no mistério Pascal que tudo teve início, quando Jesus se ofereceu ao Pai para morrer na Cruz e nos salvar.

Neste tempo de férias, festas, convívios e encontros animemos a nossa “Esperança” e imploremos de Maria, a Estrela da Nova Evangelização, um novo ardor, um novo método e uma nova linguagem para comunicarmos o Evangelho de Jesus com alegria ao mundo de hoje.

+ António Luciano, Bispo de Viseu

Artigo publicado na edição de 3 de julho do Jornal da Beira. 

CategoryBispo, Diocese, Igreja

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