Open/Close Menu A Diocese de Viseu é uma circunscrição eclesiástica da Igreja Católica em Portugal

Sou partidário da convicção de que um dos grandes desafios para a revitalização da ação pastoral da Igreja de hoje, em concreto, nas dioceses – no conjunto das suas paróquias – passa em grande medida por formar pessoas específicas (discípulos-missionários) em grau de adquirirem aptidões para evangelizar e construir comunidades capazes de apresentar o verdadeiro rosto de Jesus e da Sua Igreja.

Refiro-me à escolha de leigos que sejam bem preparados, por analogia, “profissionalizados”, que permitam assegurar espaços e estruturas com ofertas e modalidades formativas objetivas e atualizadas que, em conjunto com os sacerdotes, Diáconos, Consagrados, formem outros membros dos vários âmbitos para a ação pastoral. Esta via, assente no método do discernimento evangélico, tem como pressuposto criar um conjunto de bons formadores/evangelizadores que formarão outros evangelizadores e formadores na perspetiva sinodal.

Na minha perspetiva, este caminho formativo apresenta-se como uma oportunidade para fazer crescer a rede de agentes pastorais e animadores vocacionais nas diversas comunidades.

Mas surge a dificuldade de sempre. Por onde começar? Como fazer?

Em primeiro lugar, ter a consciência de que os tempos atuais, onde coexistem a complexidade e a mudança, estão a exigir a cada diocese, a cada paróquia, a cada movimento laical, um trabalho árduo e minucioso na escolha e seleção dos membros. Pressupõe-se que as pessoas escolhidas e propostas possuam um determinado perfil, com qualidades humanas, espirituais e intelectuais, para liderarem os processos da evangelização local.

Torna-se, portanto, decisivo neste processo, três competências essenciais: saber, saber ser e saber fazer. Os novos evangelizadores, que aqui falamos, devem, acima de tudo, distinguir-se pela atração e radicação a Jesus Cristo (saber); estarem bem resolvidos na sua vocação e missão (saber ser); pautar-se pela delicadeza, afabilidade, simpatia assentes na compaixão e misericórdia (saber fazer). A este propósito, o Papa Francisco afirmou: «Precisamos de muitos padres do sorriso, de cristãos do sorriso, não para levarem as coisas com ligeireza, mas porque são ricos apenas da alegria de Deus, porque acreditam no amor e vivem para servir».

Seguindo esta lógica formativa e integradora, vai surgindo de forma gradual, nas comunidades e nos lugares onde acontece a vida quotidiana das pessoas, a valorização e a difusão de boas práticas e de ações evangelizadoras contagiantes.

Em suma, a possibilidade de uma reviravolta no paradigma do agir pastoral das dioceses e paróquias, que impulsione a passagem de “comunidades de batizados” para “comunidades de testemunhas”, ganha razão de ser na configuração com novos modelos de formação e transmissão da Fé. Com base neste modelo poderão estar lançadas condições para que se dê mais um passo na conversão das paróquias e a mudança de mentalidade dos seus membros.

Pe. João Zuzarte

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