Marcelo Rebelo de Sousa visitou projetos solidários da Cáritas em Setúbal.
O presidente da República Portuguesa enalteceu hoje em Setúbal o papel que a Cáritas Portuguesa, e outras instituições sociais ligadas à Igreja Católica, têm desempenhado no auxílio às populações mais afetadas pela crise.
Salientando que a saída da crise ainda “vai demorar anos”, Marcelo Rebelo de Sousa sublinhou o trabalho da Cáritas Portuguesa pela sua “dedicação constante e devotada contra a miséria e a pobreza”.
Uma instituição que juntamente com outras entidades da Igreja Católica, como “as Misericórdias, as IPSS e as dioceses”, têm um “papel tantas vezes insubstituível na comunidade”.
O presidente da República deslocou-se esta tarde ao Bairro da Bela Vista, em Setúbal, para visitar as instalações do Centro Social de Nossa Senhora da Paz, ligado à Cáritas diocesana, nas suas várias valências de apoio social às populações.
Antes disso, Marcelo Rebelo de Sousa conheceu o novo Centro de Acolhimento de Nossa Senhora da Misericórdia, destinado a receber temporariamente mulheres em risco, vítimas de violência, mães adolescentes ou jovens grávidas.
Uma solução para contrariar um quadro de “desrespeito contra a dignidade humana” mas também “um passo de profunda natureza social”, salientou.
Marcelo Rebelo de Sousa participou na sessão solene de assinatura de um protocolo entre a Secretaria de Estado para a Cidadania e Igualdade, e a Cáritas Portuguesa, tendo em vista o funcionamento, até ao final do ano, do referido Centro de Acolhimento de Nossa Senhora da Misericórdia.
Durante a sessão solene, o presidente da República frisou que a luta pelo “equilíbrio das contas” e pelo “cumprimento dos compromissos em Bruxelas” não pode deixar para segundo plano “o combate social de todos os dias por pessoas de carne e osso que têm necessidades básicas por satisfazer”.
No evento interveio também o ministro adjunto Eduardo Cabrita, que defendeu a importância de mobilizar “a sociedade civil” e todos quantos “têm responsabilidades políticas locais ou nacionais”, para o apoio às franjas da população que mais precisam.
O responsável político lembrou que “nos últimos anos, o risco de pobreza infantil aumentou”, assim como “o risco da desigualdade fruto da precariedade salarial” e o desânimo “daqueles que, com grandes qualificações, viram na emigração a sua única solução”.
Neste quadro é essencial “criar várias frentes de riqueza, repor rendimentos, criar esperança”, completou Eduardo Cabrita.
O Centro de Acolhimento de Nossa Senhora da Misericórdia, projeto erguido a partir de uma casa cedida pela autarquia sadina, vai começar por acolher quatro adolescentes ou jovens e os respetivos filhos.
“São adolescentes e jovens um pouco diferentes das outras 45 que estamos a acompanhar neste momento, porque são jovens que foram expulsas pelos pais logo que souberam da gravidez, que ou o progenitor não reconhece ou os pais do progenitor não apoiam”, explicou o presidente da Cáritas Portuguesa.
Segundo Eugénio Fonseca, estas mães ficarão na casa até que seja encontrada uma solução mais definitiva, no âmbito do projeto de “Apoio à Vida”, que já ajudou mais de 400 jovens e adolescentes em situação de risco.
G.I./Ecclesia:JCP