Bispo de Viseu desafiou Santas Casas a criar um Dia da Misericórdia.
D. Ilídio Leandro desafiou as Santas Casas da Misericórdia da diocese a criarem um ‘Dia da Misericórdia’. A ideia foi avançada no final da Eucaristia que encerrou a peregrinação jubilar das 14 Santas Casas que, na tarde de domingo, 2 de outubro, juntou na Sé de Viseu centenas de pessoas, entre membros das diversas Santas Casas, como provedores, mesários, funcionários, utentes e amigos.
O Dia da Misericórdia poderá ser celebrado em cada ano, assumindo, rotativamente, cada uma das Misericórdias, a sua organização, congregando as restantes congéneres. “É uma ideia que deixo e que vós podeis alimentar”, referiu o Prelado.
A cerimónia começou com o cântico ‘Eu sou a Porta’, momentos depois do Bispo D. Ilídio Leandro e do cónego Miguel Abreu, responsável pela Pastoral Social, terem convidado os representantes das 14 Santas Casas a entrarem pela Porta Santa, neste Ano da Misericórdia, como foi definido pelo Papa Francisco.
Já no interior da Catedral, completamente cheia, foi tempo de Adelino Costa, provedor da Santa Casa da Misericórdia de Viseu, em representação dos outros provedores, agradecer ao Bispo de Viseu o acolhimento a esta peregrinação, ideia que foi reforçada no final da Eucaristia pelo cónego Miguel Abreu.
Entrar no coração de Deus
D. Ilídio solicitou que “agora, passada a Porta Santa, vamos entrar dentro do coração de Deus”. Esse pedido, dirigido a todos os fiéis, foi novamente feito no decurso da homilia, registando que “Deus é Misericordioso”. O Bispo aproveitou para saudar “as direções das Santas Casas e todos aqueles que são destinatários da vossa ação nos Lares, nos Centros de Dia, lugares de acolhimento dos que em vós confiam numa fase das suas vidas já difíceis”.
Analisando as leituras do 27.º Domingo do Tempo Comum (Profecia de Habacuc, Segunda Epístola de São Paulo a Timóteo e Evangelho de São Lucas – 17, 5-10), D. Ilídio referiu-se à “nossa pequenez” e a “acolhermos com gratidão os dons de Deus, entregando-nos confiantes nas Suas mãos”, tendo “o coração de Deus como fonte de referência”.
O Bispo voltou a enaltecer o papel valoroso das Misericórdias na sociedade, confirmando que “as Santas Casas são um grande dom que o Senhor nos concedeu para bem de tantos que nelas e pela ação delas recebem melhores e mais humanas condições de vida”.
“Viver as obras de Misericórdia é o cumprimento do que Jesus disse: ‘Amai-vos uns aos outros como Eu vos Amei’, e ‘Assim como Eu Fiz, fazei vós’, ou ainda a parábola do bom samaritano”, declarou D. Ilídio.
Viver a Misericórdia
Um dos pontos referidos e até reforçados pelo Bispo de Viseu foi a ideia de ‘viver a Misericórdia’, para lá do momento de envergar a opa ou estar nas reuniões das mesas administrativas das Santas Casas. D. Ilídio referiu-se ao trabalho que cada membro da Misericórdia deve realizar em benefício da sociedade. “Viver a Misericórdia é a referência da Pastoral. É estar no coração de Deus e de lá ver tudo e amar tudo e todos com o amor de Deus. É olhar as periferias, todas as periferias, como gosta de dizer o nosso Papa Francisco, as periferias que são as pessoas”, lembrou o Prelado.
Nesse sentido, D. Ilídio desejou que esse seja o caminho a percorrer pelas Santas Casas desta Diocese, solicitando que elas “continuem a ser esta frente avançada no amor e no ir ao encontro dos que mais precisam”, conclui.
Pouco antes da Bênção Final, o cónego Miguel Abreu, da organização desta peregrinação jubilar, agradeceu os provedores por esta “união tão forte”, lembrando que “hoje mesmo [2 de outubro] foi fácil chegar a uma decisão”, algo que na sua opinião espelha bem o espírito que norteou esta iniciativa que poderá ser repetida no futuro, conforme foi expresso no final da cerimónia.
G.I./J.B.:PBA