A Santa Casa da Misericórdia de Viseu (SCMV) evocou no passado sábado, 27 de novembro, a memória dos 40 anos da criação da União das Misericórdias Portuguesas (UMP), numa sessão em que foi igualmente homenageado o seu mentor, Padre Virgílio Lopes, e que culminou com a inauguração de uma exposição sobre a efeméride e a vida e obra do sacerdote.
A ação marca, em certa medida, o encerramento das comemorações dos 500 anos da instituição, uma das mais antigas Santas Casas do país.
A sessão de abertura juntou, na mesma mesa, D. Ilídio Leandro, bispo de Viseu, Manuel de Lemos, presidente da UMP, Almeida Henriques, presidente da Câmara Municipal, e Adelino Costa, provedor da SCMV. Todos expressaram a importância das Misericórdias no contexto nacional, ao longo dos séculos, e concretamente a intervenção da UMP em Portugal desde a sua fundação, em 1976.
Foi tendo esse contexto como fundo, numa sociedade portuguesa que “tem um problema, que é o envelhecimento”, como apontou Manuel de Lemos, que foi feito por este o anúncio da criação de um cartão de saúde para os seniores e ainda de um galardão “atribuído pela União das Misericórdias Portuguesas às comunidades amigas das pessoas idosas”.
Por seu turno, Almeida Henriques enfatizou o trabalho que a autarquia tem desenvolvido em prol dos seniores, com diversas atividades ao longo do ano, sendo que esse labor foi, como o próprio adiantou, “merecedor da bandeira Autarquia Familiarmente Responsável”, que será atribuída no próximo dia 7 de dezembro, pelo Observatório das Autarquias Familiarmente Responsáveis, organismo criado no âmbito da Associação Portuguesa das Famílias Numerosas.
Intervenções do passado ao futuro
Seguiram-se três intervenções que promoveram uma ‘viagem’ no tempo, tendo a ação das Misericórdias como um dos seus pilares. Mariano Cabaço, diretor do Gabinete do Património Cultural da União das Misericórdias Portuguesas (UMP), leu uma mensagem do Padre Vítor Melícias, que não pôde estar presente. Nessa mensagem, mais do que uma perspetiva temporal da UMP, o Padre Vítor Melícias expressou a necessidade de se ir mais além na tarefa das Misericórdias.
Em seguida, a vida e obra do Padre Virgílio Lopes, mentor da UMP e seu principal dinamizador, foram apresentadas por Paulo Bruno Alves, investigador do Centro de Estudos de História Religiosa, da Universidade Católica Portuguesa (Lisboa). Numa visão mais futurista do trabalho a desempenhar pela UMP, Pedro Mota Soares, antigo ministro da Solidariedade, Emprego e Segurança Social, referiu-se ao trabalho importante desempenhado pela instituição que atualmente inclui 387 Santas Casas em todo o país e ilhas.
Terminada a sessão evocativa no salão nobre da Santa Casa da Misericórdia de Viseu (SCMV), o séquito seguiu para o Museu Tesouro da Misericórdia, onde foi inaugurada a exposição ‘Recordar Virgílio Lopes’, criada pela EON Indústrias Criativas em parceria com a SCMV. A mostra expõe um retrato da vida e obra do sacerdote e do seu trabalho em redor das Misericórdias.
G.I./J.B.