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Padre Alexandre Palma, professor de Teologia, diz que Encarnação de Jesus tornou a humanidade «lugar teológico».

O padre Alexandre Palma, professor na Faculdade de Teologia da Universidade Católica Portuguesa, afirma que o Natal toca uma dimensão “nuclear da fé cristã” que fala a toda a humanidade.

“Todo o ciclo do Natal tem uma dimensão teológica muito evidente enquanto a celebração deste advento de Deus até à condição humana. Aquilo que vivemos neste período no fundo é o celebrar, o exaltar, uma dimensão muito constitutiva, muito própria do que é a fé cristã”, explicou à Agência ECCLESIA.

Para o sacerdote do Patriarcado de Lisboa, o cristianismo vê no Advento de Deus à condição humana “não apenas o cumprimento das promessas” do Antigo Testamento, do antigo Israel, mas num âmbito mais universal a resposta a “uma sede de vida que existe no coração humano em qualquer contexto religioso, cultural ou epocal”.

O padre Alexandre Palma observa que o ciclo do Natal, relacionado com uma história particular, “tem um alcance universal” no qual existe uma dimensão antropológica, “uma espécie de fome de vida, sede de vida, de sentido que encontra em Jesus a sua resposta”.

O professor na Faculdade de Teologia da Universidade Católica Portuguesa, sublinha que o nascimento de Jesus “nasce das antigas profecias” mas não é resposta apenas a um povo “é a resposta à humanidade”, uma universalidade presente, por exemplo, nos pastores e nos reis magos do oriente.

Segundo o sacerdote, a história da afirmação de que Deus que “vai ao limite da condição humana” começou a ser contada do “fim para o princípio” e não ao contrário, o que quer dizer que o que “fez explodir o Cristianismo foi a morte e ressurreição de Jesus”.

“É imenso raio de luz que vai permitir iluminar retrospetivamente tudo o que passara na vida dele antes. Recuando tanto no tempo quanto o seu próprio nascimento”, acrescentou.

O nascimento de Jesus, assinala também o padre Alexandre Palma, conferiu à humanidade “outro sentido”, uma vez que, Deus ao unir-se dessa forma elevou “a humanidade a uma outra condição”,

“A partir daí a humanidade torna-se lugar teológico”, explicou.

Atualmente, refere o docente universitário, “importa reconhecer” que “é evidente” uma mercantilização e comercialização do Natal, um “grande momento” da narrativa cristã que “penetrou” na cultura como nenhum outro.

“Foi porque o Natal passou tão bem a mensagem que perdemos um pouco o controlo. É o problema que se vá afastando da sua raiz mas é elemento da mundividência cristã que se tornou cultura pelo menos no mundo ocidental”, sublinha o padre Alexandre Palma sobre o que considera “uma meia derrota e meia vitória”.

G.I./Ecclesia:HM/CB/OC

CategoryIgreja, Pastoral

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