Sudão do Sul e ajuda aos refugiados são principais destinos dos donativos das comunidades católicas.
A Quaresma, tempo litúrgico que leva os católicos até à celebração da Páscoa, é marcada em Portugal pela chamada “renúncia”, prática em que os fiéis abdicam da compra de bens, reservando o dinheiro para finalidades especificadas pelo bispo.
As várias dioceses portuguesas olham, este ano, tanto para necessidades das comunidades locais como para problemas de outros pontos do globo, com destaque para a ajuda aos refugiados e às vítimas da fome no Sudão do Sul.
O país africano vai receber donativos das dioceses de Aveiro, Funchal, Portalegre-Castelo Branco e Santarém.
A 26 de fevereiro, o Papa manifestou a sua intenção de visitar o Sudão do Sul, a braços com uma crise política e alimentar, a convite de líderes cristãos locais.
“Estou a estudar, com os meus colaboradores, eles estão a estudar a possibilidade de uma viagem ao Sudão do Sul”, disse, no decorrer de uma visita inédita à igreja anglicana de Todos os Santos, em Roma.
A situação no Sudão do Sul tem vindo a deteriorar-se rapidamente, estimando-se que o número de pessoas em situação de insegurança alimentar aumente de 4,9 milhões para 5,5 milhões no pico da época de escassez de alimentos, em julho.
Quando à ajuda aos refugiados, as comunidades católicas da Diocese de Leiria-Fátima, Portalegre-Castelo Branco, Porto (em particular para a Diocese de Erbil, no Iraque), Setúbal (criação de fundo diocesano específico), Vila Real e Viseu destinam a totalidade ou parte do montante recolhido nas renúncias quaresmais, que em vários casos vai ser aplicado com a ajuda da Cáritas.
A Diocese de Beja vai auxiliar os cristãos perseguidos da Síria e a Diocese da Guarda vai destinar os donativos recolhidos às comunidades cristãs do Iraque e da Síria, com o apoio da Fundação AIS.
Outros destinos internacionais são a “ajuda missionária para Moçambique e da Bolívia”, da Diocese de Lamego; para a Diocese do Huambo (Angola), das comunidades católicas do Porto; para as crianças desfavorecidas em São Salvador da Bahia (Bahia), da Diocese de Viana do Castelo; e para Timor-Leste, por parte do Ordinariato Castrense.
As dioceses portuguesas propõem ainda aos fiéis intenções locais, que passam pelas áreas da solidariedade, da formação e da construção ou manutenção de edifícios.
G.I./Ecclesia:OC