Peregrinação dos Migrantes e Refugiados ao santuário realiza-se entre sábado e domingo.
A diretora da Obra Católica Portuguesa das Migrações (OCPM) afirmou que a peregrinação anual desse setor ao Santuário de Fátima evoca o papel da diáspora na divulgação da mensagem deixada há 100 anos na Cova da Iria.
“Fátima tem uma mensagem para o mundo, dá sentido de responsabilidade muito grande à diáspora portuguesa que muito intuitivamente levou aos locais onde se instalou, manifestando-se através das procissões no 12 e 13 de maio”, disse Eugénia Quaresma à Agência ECCLESIA.
A responsável explicou que os migrantes em férias vão ao santuário mariano “buscar paz, alimento, a força para regressar às suas vidas”, numa peregrinação quer serve para “alimentar a espiritualidade cristã” à luz de Maria.
O santuário é um lugar de “uma espiritualidade muito bonita, um lugar de paz” e isso é algo que as pessoas que só ouviram falar de Fátima sentem ao chegar pela primeira vez à Cova da Iria.
A Peregrinação dos Migrantes e Refugiados, que se realiza a 12 e 13 de agosto, é uma oportunidade de “acolhimento efetivo”, por se tratar de um mês em que muitas pessoas regressam a Portugal de férias, e “é oportunidade de encontro, festa e convívio”.
Segundo Eugénia Quaresma, o encontro anual é uma forma de os responsáveis católicos estarem “atentos aos países para os quais emigraram” os portugueses, bem como, nas comunidades paroquiais, se refletir sobre como acolher os que partiram há tantos anos e, “de alguma forma, se sentem estrangeiros”.
“Como posso diminuir esta sensação, ajudá-los a fazer parte da comunidade, aproveitar as mais-valias que trazem, as riquezas que aprenderam lá fora?”, desenvolve.
A diretora da OCPM contextualiza que se vive em Portugal, “novamente”, a fase migratória de receber e importa refletir como “construir pontes entre Portugal e os diferentes países de destino” e também como “a diáspora pode tornar-se agente de desenvolvimento de algumas regiões de Portugal”.
Neste contexto, acrescenta, não se podem “esquecer” as pessoas que escolheram Portugal para viver, de diferentes nacionalidades, que não vêm “roubar emprego, estragar o país, mas para ajudar a construir”.
“A mensagem mais importante é da convivência, que haja abertura, convívio, reciprocidade porque se não nos conhecermos não construímos pontes”, sublinha.
A peregrinação ao Santuário de Fátima está inserida na 45.ª Semana Nacional de Migrações que este ano tem como tema ‘Acolher o futuro – Novas gerações migrantes são o amanhã da humanidade’.
O presidente do Conselho Pontifício para a Promoção da Nova Evangelização (Santa Sé), D. Rino Fisichella, vai presidir ao encontro que começa este sábado às 18h30, após a conferência de imprensa às 16h00, e recorda a quarta aparição de Nossa Senhora aos três pastorinhos.
Para Eugénia Quaresma, o arcebispo italiano vai “dar força ao tema” da semana nacional e “renovar a evangelização” a partir da pastoral das migrações.
“As migrações recordam-nos que o planeta é de todos, que o rosto da Igreja é diverso, que somos convidados a construir a unidade, não a aniquilar a diversidade. Temos de valorizar a diversidade e viver em comunhão”, acrescentou.
A diretora da OCPM adiantou que a forma como podem aprofundar a mensagem de Fátima e “dá-la a conhecer ao mundo” vai ser analisada na reunião de missionários da diáspora na Europa, de 23 a 27 de outubro, também em Fátima.
G.I./Ecclesia:CB/OC