Papa Francisco convidou a ver a Igreja como mais do que «soma de preceitos e normas morais».
O Papa Francisco apresentou hoje no Vaticano a “Misericórdia” de Deus como a “grande novidade” do Cristianismo, que convidou a ver como mais de que uma “soma de preceitos e normas morais”.
“A desilusão de Deus pelo comportamento malévolo dos homens não é a última palavra! Está aqui a grande novidade do Cristianismo: um Deus que, ainda que desiludido pelos nossos erros e os nossos pecados, não falha à sua palavra, não trava e, sobretudo, não se vinga”, disse, perante milhares de pessoas reunidas na Praça de São Pedro.
O tradicional clima de recolhimento antes da recitação do ângelus dominical foi esta manhã quebrado por um grande grupo de peregrinos italianos; perante o barulho da multidão, o Papa parou durante uns instantes, sorriu e disse: “Vamos começar de novo”.
Já depois de recomeçar a sua reflexão dominical, Francisco falou da dimensão “nova e original” do Cristianismo.
“Ele não é tanto uma soma de preceitos e normas morais, mas é acima de tudo uma proposta de amor que Deus, através de Jesus, fez e continua a fazer à humanidade”, sublinhou.
Partindo da passagem do Evangelho lida hoje nas igrejas de todo o mundo – a parábola dos vinhateiros que assassinam o filho do dono da vinha para a roubar – Francisco sustentou que o “único impedimento” a esta vontade “terna” de Deus é a “arrogância” do ser humano, que por vezes se transforma “em violência”.
“Somos chamados a sair da vinha para nos colocarmos ao serviço dos irmãos que não estão connosco”, observou, desafiando os cristãos a marcar presença em todos os ambientes, incluindo os “mais longínquos e desconfortáveis”, as “periferias da sociedade”.
Após a oração do ângelus, o Papa recordou a beatificação do padre italiano Arsénio da Trigolo, fundador das Irmãs de Maria Santíssima Consoladora, numa cerimónia que decorreu este sábado, em Milão.
Francisco saudou depois um grupo do Santuário de Nossa Senhora de Fátima de Città della Pieve, Perúgia, (Itália), acompanhado pelo cardeal Gualtiero Bassetti, presidente da Conferência Episcopal Italiana.
“Encorajo-vos a continuar com alegria o vosso caminho de fé, sob o olhar atencioso e terno da nossa Mãe celeste: ela é o nosso refúgio e a nossa esperança”, declarou, antes de despedir-se com os votos de bom domingo para todos.
G.I./Ecclesia:OC