Open/Close Menu A Diocese de Viseu é uma circunscrição eclesiástica da Igreja Católica em Portugal

Foto: Habitantes da aldeia de Vila Nova de Ventosa – Vouzela
Em Nota Pastoral, D. Ilídio Leandro considera que a chaga dos incêndios que atingiram muitas localidades em Portugal demonstra que o povo se “autodestrói”, deixando queimar a natureza e destruir os bens da criação”.
Intitulando a nota «Sejamos dignos da Criação!», D. Ilídio Leandro lamenta que a situação de Portugal mostre “um povo incapaz de se governar e de preservar a sua história e as suas ricas tradições”.
Segundo a Nota, vive-se uma postura cultural generalizada de «inevitabilidade da desgraça», da «pouca sorte» e do «azar»: há a época dos fogos, a época dos acidentes nas estradas, a época das cheias, a época das secas”.
Depois do flagelo que vitimou mais de uma centena de pessoas e queimou tantos bens, o nosso Bispo apela a que “importa acordar e recuperar as capacidades de superação dos limites que as sereias, mal-intencionadas, nos querem impor aos nossos sonhos de esperança e de libertação para a construção de um futuro melhor”.
D. Ilídio Leandro mostra-se também solidário com “todas as famílias e pessoas que sofrem, neste momento, as consequências dos terríveis acidentes provocados pelo fogo”.
Termina a Nota Pastoral considerando que “de todos aqueles que são responsáveis – ativos ou passivos – por todas estas calamidades e suas consequências, espera-se e exige-se a necessária, justa, positiva e proporcional compensação.”
Segundo a Autoridade Nacional da Protecção Civil, o número de mortos causados pelos incêndios que deflagraram no domingo já atingiu os 37.

G.I.
Publicamos a Nota Pastoral acima noticiada:

Nota do Pastor
Sejamos dignos da Criação!
O que se tem passado, em Portugal, apresenta-nos como um Povo incapaz de se governar e de preservar a sua história e as suas ricas tradições. Somos um Povo envelhecido, sem capacidade de renovação e somos um Povo que se autodestrói, deixando queimar a natureza e destruir os bens da criação. Parece que se interiorizaram, em todos nós, os sentimentos da ‘inevitabilidade da desgraça’, da ‘pouca sorte’ e do ‘azar’: há a época dos fogos, a época dos acidentes nas estradas, a época das cheias, a época das secas, etc. etc. Agora, parece que aceitamos como inevitável que, com as florestas, ardam as aldeias, as casas… E até parece inevitável e natural a morte de dezenas e dezenas de pessoas…
Importa acordar e recuperar as capacidades de superação dos limites que as sereias, mal-intencionadas, nos querem impor aos nossos sonhos de esperança e de libertação para a construção de um futuro melhor!
Precisamos de receber, com alegria e gratidão, de usar, com parcimónia e respeito e de transmitir, melhorando e enriquecendo, os bens que recebemos dos nossos Maiores e são dons da Natureza e nos são entregues e confiados pelo Seu Criador e Senhor.
Por isso, cantando o Hino que, tantas vezes, nos une e empolga, precisamos de lutar ‘contra todos os canhões’ e, na esperança, confiante, solidária e ativa, ‘marchar, marchar’…
Solidarizo-me com todas as famílias e pessoas que sofrem, neste momento, as consequências dos terríveis acidentes provocados pelo fogo. De uma forma especial, estou unido, em oração e em saudade, a todas as pessoas que faleceram. Para todas elas, peço ao Senhor da Misericórdia o bom acolhimento na Sua Casa paterna.
Também, para todas as famílias e pessoas que sofrem quaisquer perdas, a minha unidade próxima, na confiança ativa e na esperança reconciliadora, convidando a que todos sejamos solidários, generosos e ativos nas necessárias e urgentes soluções.
De todos aqueles que são responsáveis – ativos ou passivos – por todas estas calamidades e suas consequências, espera-se e exige-se a necessária, justa, positiva e proporcional compensação.

Bispo Ilídio

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