«Deus tem solução! E que a Igreja tenha solução para eles», referiu D. Ilídio Leandro.
D. Ilídio disse hoje à Agência Ecclesia que vai criar seis equipas, com casais e sacerdotes, em diversos locais da diocese para irem ao encontro dos casais recasados, porque a Igreja tem uma “proposta de salvação e comunhão plena”.
“Tenho previsto que em cada arciprestado, são seis, haver dois ou três casais com um sacerdote que possam ir ao encontro. Não só para acolher os que vêm, mas para ir ao encontro dos que até deixaram a participação na Igreja e fazer sentir que a Igreja tem um caminho, tem uma proposta de salvação e comunhão plena”, disse D. Ilídio Leandro em declarações à Agência ECCLESIA.
D. Ilídio assinala que as seis equipas que vão constituir em diferentes pontos da diocese de Viseu têm padres a colaborar, mas “as famílias são as que se encontram mais capazes”.
O objetivo é propor que a solução seja encontrada de forma a que os casais que “não vivem no matrimónio sacramento” mas alternativas, “possam comungar os bens que a Igreja oferece”.
“Realizar-se com a graça do sacramento da Eucaristia, da ajuda da Igreja que não nega a quem quer fazer esse caminho”, acrescentou, explicando que isso “envolve discernimento, acompanhamento”, que o Papa Francisco também aconselha.
Depois das jornadas diocesanas de formação permanente que estão a decorrer até este sábado e que analisam este tema, a diocese vai refletir e começar a organizar equipas de procura e encaminhamento das pessoas no próximo Conselho Presbiteral, a 27 de fevereiro.
Segundo D. Ilídio Leandro, na diocese “há bastantes” pessoas com vontade de se aproximarem da Igreja, que as deve acolher, porque vão ouvindo o que o Papa Francisco veio trazer, “mas muitas vezes não compreendendo bem as propostas”.
“Vão ouvindo uma abertura maior e mais casais ou mais pessoas vêm ao encontro para uma possível solução da sua situação difícil”, explica.
Neste contexto, realça que há muitos casais que se foram afastando “ficando à margem e entendendo” que a Igreja não tem solução, mas “Deus tem solução e quer que a Igreja tenha solução”.
D. Ilídio Leandro quer também que as equipas em cada arciprestado vão ao encontro de pessoas que possam estar “situadas na sua posição e tranquilas” com essa “marginalidade”, mas reforça que “Deus não quer que ninguém esteja à margem”.
“Não é fácil”, mas é um “esforço que a Igreja deve fazer” porque Jesus em vários momentos apresentou a sua proposta como sendo para os “doentes e pecadores” e, em determinado momento, diz que “veio para os pecadores” e a “Igreja tem de estar com os pecadores e aqueles que precisam de salvação”.
“Deus não nega a salvação a quem se quer abrir às suas propostas, mesmo com as fragilidades próprias do pecado e dos caminhos da vida”, sublinhou.
D. Ilídio contextualizou também que este caminho de reflexão tem sido feito por um grupo de bispos das dioceses do centro de Portugal “há mais de um ano”, seguindo o exemplo de outras zonas episcopais, como os bispos da Argentina.
As jornadas do clero de Viseu têm como tema ‘Acompanhar, Discernir, Integrar’, e terminam este sábado, com o convite a que os casais envolvidos na pastoral da família também participem.
G.I./Ecclesia:HM/CB/PR