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O Ir. António nasceu em Cepões e certamente guarda esse dia para agradecer ao Senhor pelo dom da vida. Há poucos dias fez 90 anos de idade. Mas uma data que também não esquece é o 4 de Fevereiro de 1952 dia que chegou ao Seminário das Missões.

A leitura de uma revista onde se falava das missões despertou a sua vocação. Penetrou nele aquele desejo de ir ‘por esse mundo ajudar os outros’, mas pensou ser demais para ele. Tropa feita em Lisboa, 23 anos, com apenas a terceira classe pareceu ser algo impossível, porque para se ser padre são precisos uns bons anos de estudo. Verdade é que a ideia de ser missionário não lhe saía da cabeça, como uma miragem, ‘uma maluquice’.
Ora certo domingo à tarde, Maio de 1951, estava ele a rezar o terço na Igreja quando apareceu um missionário Comboniano que, vendo-o a rezar pôs-se a conversar com ele: “Não gostavas de ser missionário?”.
Um pouco surpreendido replicou: “Acha que com a minha idade e com poucos estudos como poderei ser missionário?”. “Podes ser Irmão missionário!”, respondeu-lhe o padre Comboniano. Irmão missionário? Que vem a ser isso? E lá recebeu uma explicação sobre o que significava ser sacerdote ou irmão missionário. Com um pouco de paciência, vendo ali um possível vocacionado, explicou que, nos missionários, todos são precisos. Pelo cariz sacerdotal, os sacerdotes têm um trabalho mais específico no ministério sacramental, mas há muitas mais maneiras de levar o anúncio cristão aos que ainda não conhecem. Na formação espiritual e religiosa, talvez seja mais para os sacerdotes. Mas nas missões há muitos outros trabalhos para se fazer como construir capelas, casas, na agricultura, nas escolas…
“O que me tinha aparecido uma ‘maluquice’ que não me deixava, de repente tornou-se como uma porta que se me abria para realizar o sonho que me inquietava. Senti que era realmente Deus a chamar. “Eu quero ser Irmão missionário”, foi a resposta dada ao padre missionário e a decisão que tomei para a minha vida. Deixei de me sentir velho, estive um ano à espera mantendo contacto com os missionários até chegar o momento da minha entrada na vida religiosa e missionária. Passei algum tempo na minha formação espiritual, missionária, comboniana. Estive uns 3 anos na Itália, 12 anos em Moçambique, mais 21 no Brasil, e o resto aqui em Portugal.
Sempre trabalhei muito, com vontade, em tudo o que pude e me pediram, procurando dar exemplo e força de vontade aos irmãos por onde quer que passei.
Nunca pensei chegar aos 90 anos. Sinto saudades dos lugares onde estive e trabalhei e tudo o que se fez pela graça de Deus. Valeram a pena todos estes anos. E o conselho que dou é que não tenham medo de arriscar porque, com a graça de Deus, tudo é possível. Ele sabe o que tem para nos dar quando fazemos as coisas com alegria e força de vontade”.
Hoje é ver o Ir. António Martins da Costa, sempre generoso na sua entrega, a cuidar da horta do seminário. “Os pés já pesam um pouco”. Mas não se esquece de passar pela estufa para que não faltem verdes na mesa dos missionários.

G.I./J.B.

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