“Quando for levantado da terra, atrairei todos a Mim”. Esta atração que a Cruz exerce em nós, (…) é para nos chamar à plenitude da realização (…) em Jesus Ressuscitado”, lembrou D. Ilídio, na celebração da Paixão do Senhor.
Na Cruz, “Jesus Cristo assumiu todas as consequências das nossas misérias, dos nossos erros. Ofereceu a Sua vida como sacrifício de expiação”, recordou aos fiéis presentes na Catedral, para a celebração da Paixão do Senhor.
Pegando nas palavras da epístola aos Hebreus, lida na celebração, D. Ilídio lembrou aos presentes que “tendo nós um sumo-sacerdote que penetrou nos céus, permaneçamos firmes na profissão da nossa fé”. “Vamos, portanto, cheios de confiança, ao trono da graça, a fim de alcançarmos misericórdia.”
Realçou também a “determinação com que [Jesus] Se entrega na Sua vocação ao Amor: “A quem buscais?” – Pergunta, com serenidade, de cara levantada e fixando os que O enfrentam. “Sou Eu”, adianta Jesus, repetindo a oferta da Sua vida por Amor, dando-Se a todos, aos próprios que O entregam e crucificam”.
Lembrando a transitoriedade do “poder das trevas”, ensinou que “É por medo que Pilatos O entrega e condena-O sem ter encontrado culpa alguma – será, portanto, um poder caduco e fracassado… até à consumação da obra das trevas… Um poder limitado e sem horizontes”.
“E ouve-se o grito de Jesus: “Tudo está consumado”, quer dizer, tudo está realizado como o previsto por Deus, no dealbar da criação, quando prometeu a Redenção. Tudo está realizado pelo Amor que Se entregou e Se ofereceu em substituição dos verdadeiros culpados…
D. Ilídio apresentou alguns exemplos de quem soube corresponder à “vocação ao Amor: o Cireneu que aceita levar a Cruz; as mulheres que, muito a medo e talvez condoídas, exercem a sua profissão; o bom ladrão que, na Cruz, reconhece o Salvador; o centurião que, finalmente, abre os olhos para reconhecer que Ele era justo; o próprio José de Arimateia e Nicodemos, amigos na sombra por medo dos judeus, aparecem, no momento da Cruz…Finalmente, a multidão regressa a casa batendo no peito, ao ver o que se passava… Depois, é toda a multidão incontável, ao longo dos tempos, onde nos incluímos, hoje, todos nós…”, concluiu.
Esclarecendo o sentido pascal da celebração, D. Ilídio afirmou que “Viemos e estamos aqui como seguidores da Cruz. Não de uma Cruz de fracasso, mas de uma Cruz que é a vitória do Amor. Viemos e estamos aqui como seguidores do Crucificado. Não um crucificado morto e enterrado, mas um crucificado por Amor e que voltou à vida. Está vivo e ressuscitado e caminha connosco. É Ele Quem nos dá o sentido da Cruz, da morte e da vida. É Ele Quem nos chama à vocação à Vida e ao Amor. É Ele Quem nos diz que a Vida tem sentido quando conseguimos ver, na Cruz e na morte, a outra face – o Amor, a Ressurreição, a Vida.”
D. Ilídio convidou os presentes a “viver a Sexta-feira Santa percebendo bem a causa da morte de Jesus”.
E concluiu afirmando que “Se o sangue de mártires é semente de cristãos; o sangue de Deus feito Homem por Amor, é semente de filhos de Deus, regenerados e purificados; novas criaturas, chamadas ao Amor.”
G.I.