Após a ordenação episcopal a 17 de junho, na Sé da Guarda, o novo Bispo da Diocese de Viseu, D. António Luciano, prepara-se para dar início à sua atividade pastoral, no próximo dia 22 de julho.
D. António Luciano dos Santos Costa, nasceu a 26 de março de 1952, em Corgas, freguesia e paróquia de Sandomil (Seia), Distrito e Diocese da Guarda. O mais velho de sete irmãos, trabalhou como enfermeiro nos Hospitais da Universidade de Coimbra. Depois de cumprir o serviço militar em Moçambique, retomou funções, completando a formação em Enfermagem, mas não esqueceu o desejo de vir a ser Padre, surgido ainda menino. Na primeira entrevista após a ordenação episcopal, explica ao Jornal da Beira quem é, que projeto quer para a Diocese e apresenta-se sobretudo com uma mensagem de “esperança, de “simplicidade e muita humildade”.
Uma pessoa humana, enfermeiro, padre, bispo, missionário, atento às necessidades das pessoas…
Respondendo aos jornalistas do Jornal da Beira, que lhe perguntam “quem é D. António Luciano?”, o Bispo responde:
– Sou uma pessoa humana, um homem que fez o seu percurso normal, como todas as pessoas, com altos e baixos. Nasci [em 26 de março de 1952] no concelho de Seia, numa aldeia que se chama Corgas, freguesia de Sandomil, fiz o meu percurso por ali até ao início da juventude, estudando no Colégio de São Romão, depois fui para Coimbra onde entrei na escola de enfermagem Dr. Ângelo da Fonseca. Por aí estive algum tempo, a trabalhar nos Hospitais da Universidade de Coimbra, interrompi para fazer o serviço militar por onde passei por algumas unidades em Portugal (Leiria, Caldas da Rainha, hospital da Estrela, hospital militar de Coimbra). Depois estive em Moçambique (em Quelimane e em Nampula) e, mais tarde, regressei aos Hospitais da Universidade de Coimbra.
Outra pergunta foi “Como é que conseguiu gerir essa ideia de querer ser Padre, desde muito novo, com a profissão de enfermeiro?”
E D. António respondeu:
– Acho que a ideia de ser Padre não passava apenas pela minha mente, mas da de muitos rapazes, até porque havia uma circunstância muito engraçada: os missionários passavam muito pelas aldeias, iam às escolas e anunciavam a mensagem de Boa Nova de Jesus, da Igreja e da Missão. Tem graça que um dos padres que me interpelou na Missão da Igreja e na Vocação estava no Seminário de Viseu. Portanto, esta ideia de ser Padre era uma ideia que vinha desde pequeno, que fui amadurecendo e depois continuei com o trabalho de enfermagem, até que um dia decidi iniciar a formação. Fui estudando, discernindo a ideia e achei que era melhor fazer outro caminho. Em Coimbra contactei com os Missionários Combonianos, mas depois a grande ideia veio de ser Padre diocesano.
Perguntado sobre a possibilidade de “ser missionário na sua própria terra”, D. António recordou:
– Eu interrogava-me assim: eu posso ser missionário lá fora, mas se calhar é preciso ser missionário aqui. Comecei os meus estudos, em Coimbra, no ISET [Instituto Superior de Estudos Teológicos], que funcionava no Seminário Maior, e depois transitei para a Guarda. Conhecia o D. António dos Santos (antigo Bispo da Guarda), ele era Padre em Aveiro, e encontrávamo-nos muitas vezes na praia de Mira, onde ele ia ter uns dias de descanso e eu ia colaborar com colónias de férias de crianças. No dia 2 de fevereiro de 1981, um ano depois de ele ter entrado como Bispo da Diocese da Guarda, eu entrei no Seminário da Guarda com 28 anos e aí concluí o curso. Levado pelo meu pároco, fui muito bem acolhido pela equipa do Seminário e por todos os colegas. Ordenei-me sacerdote, em 29 de junho de 1985, há precisamente 33 anos.
G.I./J.B.:NA-EA-PBA