D. António Luciano convidou a diocese de Viseu a ser “uma Igreja feliz e renovada, uma Igreja de portas abertas, em saída e dirigida às periferias”.
Dirigindo-se a D. Armando, a cuja ordenação episcopal presidiu, tendo D. Manuel Linda, Bispo do Porto e D. Ilídio Leandro, Bispo emérito de Viseu, como co-ordenantes, D. António Luciano convidou-o a que “envolvido neste mistério [Ordenação Episcopal], que a partir de hoje vai marcar toda a tua vida, deixa-te conduzir por Cristo o Bom Pastor que te chama”.
“Responde-lhe com amor e generosidade, faz o bem, reparte com os que não têm, não exijas dos outros senão a caridade e ajustiça que lhe devemos, não pratiques a violência, não seja avarento, dá de graça o que recebeste de graça”, pediu D. António ao novo Bispo, recordando as palavras do Evangelho proclamado neste Domingo III do Advento. “Também aqui assenta a vocação do Bispo para viver e dar a vida pelo maior bem do seu rebanho”, afirmou.
Dirigindo-se à numerosa assembleia, que preenchia também o claustro da Sé e a Igreja da Misericórdia, D. António Luciano afirmou que “esta celebração convida-nos a um estilo de vida próprio, que é um antídoto positivo para a indiferença cristã e para a globalização de uma sociedade líquida, que dilui os valores humanos e cristãos em meros interesses oportunistas e mesquinhos”.
“Anunciar Cristo significa mostrar e crer que crer nele e segui-lo não é algo apenas verdadeiro e justo, mas também belo, capaz de cumular a vida de um novo esplendor e de uma alegria profunda, mesmo no meio das provações” (EG 167), concluiu, citando o Papa Francisco.
“O dom da Ordenação Episcopal que o D. Armando acolhe para que a sua vida se torne para todos nós um convite e um incentivo a vivermos com alegria e fidelidade a nossa condição humana e cristã” é sinal de dádiva gratuita, afirmou D. António, lembrando-lhe as palavras do Ritual da Ordenação: “com amor paterno e fraterno, ama a todos quantos Deus confia ao teu cuidado pastoral, sobretudo os presbíteros e os diáconos, que têm parte contigo no ministério de Cristo; e ainda os pobres, os débeis, os imigrantes, os deslocados e todos os que viajam”.
Recordou também, dirigindo-se a D. Armando, que “a cruz, o calvário, o sofrimento, as dores e as dificuldades da vida e da missão apostólica transformar-se-ão em bênção e oportunidade para viveres verdadeiramente o Mistério Pascal. Cristo Ressuscitado brilhará verdadeiramente na tua vida de Pastor, de pai e de irmão”.
E “neste Ano Missionário, enviamos-te como Bispo para a Diocese do Porto. Procura dar a vida pelo seu rebanho, vivendo com alegria, disponibilidade, humildade e paciência as tarefas que te destinar o teu Bispo. (…) A partir de hoje, serás unicamente de Cristo para servires a Igreja e a humanidade”, afirmou D. António, garantindo a D. Armando que “conta com a minha oração, gratidão e estima pessoal”.
A terminar a sua homilia, D. António lembrou que “só uma Igreja empenhada numa pastoral de verdadeiro acolhimento das pessoas, cheia de ternura, impregnada de amor salvífico, repassada de compaixão e misericórdia de Deus, será uma possível chave de leitura para percebermos melhor as encruzilhadas e dificuldades que atravessamos e transversalmente tocam esta primeiras décadas do século XXI. Resta-nos servir e amar o Senhor com alegria e na paz. Fazer da nossa vida a gruta de Belém, onde Jesus quer nascer e, através de cada um de nós, brilhar como luz para salvar a humanidade”.
G.I./Ecclesia:foto