O Padre Paulo Vicente, animador da pastoral juvenil no arciprestado de Lafões, e o jovem Fernando Chapeiro, animador do Grupo de Jovens da paróquia de Mioma (GES), testemunharam o seu empenho pastoral com os jovens, falando da JMJ, onde o primeiro esteve presente e o segundo acompanhou, “construindo a ponte” que funcionou no Sátão, mobilizando mais de uma centena de jovens, à semelhança do que aconteceu também em Oliveira de Frades.
Paulo Vicente realçou o “óptimo acolhimento” no Panamá, onde “o peregrino era intocável”. Foi uma experiência inesquecível, pois as famílias de acolhimento “davam tudo”. Até o Estado decretou a redução do preço da água engarrafada, que passou a custar um terço do preço corrente, durante os dias da JMJ.
Realçando o “tratamento especial” dado aos portugueses, Paulo Vicente não deixou de mostrar a atitude centralista de Lisboa, que tentou “apropriar-se” da JMJ de 2022, anunciada para Portugal. Apelou a D. António Luciano para que alerte a Conferência Episcopal Portuguesa para a importância de a JMJ não ser “de Lisboa”, mas de Portugal.
D. Manuel Clemente já falou de “acontecimento ibérico”, provavelmente para evitar euforias centralistas.
Estes dois apresentadores realçaram que a “responsabilidade de acolher a JMJ deveria espevitar os animadores da pastoral juvenil, mantendo os jovens mobilizados” ao longo dos anos que antecedem o evento, “alimentando a chama até à próxima JMJ, para que os frutos surjam em abundância.
Fernando Chapeiro perguntou “que espaço têm os jovens na Igreja, nomeadamente nas celebrações e no desempenho de ministérios instituídos”, de modo a sentirem que “pertencem” às comunidades cristãs, mesmo nas situações de “mobilidade juvenil” que as circunstâncias actuais impõem.
Este animador recordou com regozijo o facto de os jovens que participaram na “ponte” do Sátão logo ali terem decidido “ir a Lisboa” e, nos dias seguintes, cantarem no recreio da Escola de Sátão, espontaneamente, o Hino das Jornadas, no intervalo das aulas.
Considera que “a diocese nem sempre está sintonizada com os problemas e anseios dos jovens”, faltando “continuidade de acção” e pastoral “em rede” onde a pastoral da juventude, das vocações e da família actuem de forma integrada, “apostando na juventude como semente de novas famílias e não como subproduto da família”.
Apelou a que “nos deixemos de teorias e passemos a agir, ouvindo, orientando e acompanhando”. Informou que o projecto “Missão País” inspirou o seu grupo de jovens a desenvolverem a “Missão Mioma”, na sua comunidade.
A terminar a sua participação, Fernando Chapeiro lembrou que “o poder político já tem objectivos para a JMJ” e perguntou se “a Igreja já tem plano prévio e posterior à JMJ de 2022” propondo que as dioceses “aproveitem o dinamismo dos jovens que participaram em JMJ”, propondo um “itinerário formativo” para animadores de grupos de jovens.
G.I.