Foi este o tema das Jornadas de atualização teológico-pastoral do Clero da Diocese de Viseu, em que se deu atenção às dimensões da pastoral familiar e da pastoral da juventude e da vocação dos mais novos.
É uma das consequências do Sínodo Diocesano que se desenvolveu de 2010 a 2015, e que vivemos também com a atenção voltada para as Assembleias Gerais Ordinárias do Sínodo dos Bispos, em 2014-2015 sobre «A vocação e a missão da família na Igreja e no mundo contemporâneo», e em 2018 sobre «Os jovens, a fé e o discernimento vocacional».
Os documentos emanados destas assembleias do Sínodo dos Bispos — a “Alegria do Amor” e o Documento final do “Sínodo dos Jovens” — manifestam bem a necessidade de um caminhar em conjunto também nestas dimensões pastorais que apelam cada vez mais quer à formação conjunta, quer ao acompanhamento das pessoas nas suas situações concretas.
«Os jovens, a fé e o discernimento vocacional» foi o tema proposto para a 15ª Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos marcada para outubro de 2018, que nasce da solicitude pastoral da Igreja manifestada especialmente desde a 14ª Assembleia Geral do Sínodo dos Bispos. A importância dada ao acompanhamento dos jovens é, já, um dos traços da fecundidade da reflexão sobre a situação da família, condensada no programa pastoral que constitui a Amoris Laetitia, e tem como objetivo: acompanhar os jovens no seu caminho existencial para a maturidade, de forma que, através de um processo de discernimento, possam descobrir o seu projeto de vida e realizá-lo com alegria, abrindo-se ao encontro com Deus e com os homens e participando ativamente na edificação da Igreja e da sociedade.
E se a família humana e cristã se considerou sempre ser a célula mais importante da sociedade, atacada por todos os lados, também a idade da juventude se contemplou ser, hoje em dia, aquela parte do povo que caminha, por vezes, como ovelhas sempre pastor. Na visita “ad limina” do Bispos de Portugal, em 2015, o Santo Padre revelava como profecia: a Igreja em Portugal precisa de jovens capazes de dar resposta a Deus que os chama, para que volte a haver famílias cristãs estáveis e fecundas, consagrados e consagradas e sacerdotes imolados com Cristo pelos seus irmãos e irmãs.
Face à fragmentação da pastoral, muitas vezes causadora de inférteis planos pastorais, como é o caso da dissintonia evidente entre pastoral familiar e vocacional, juvenil e vocacional, etc. — respondemos com ousadia em tratar estas duas dimensões da pastoral da Igreja nestas Jornadas, teimosia, aliás, já manifestada pelo Sínodo Diocesano, ao associar ao tríplice múnus profético, litúrgico e testemunhante as dimensões da família e da juventude.
Que a preparação da já anunciada Jornada Mundial da Juventude em Portugal, no ano 2022, seja um ponto centrifugador de esforços e ambições de acompanhar mais e melhor os jovens no crescimento humano, cristão, e na sua busca de descoberta e resposta vocacional.
G.I./J.B.: Padre António Jorge