Mais de 50 trabalhadores da Santa Casa da Misericórdia de Viseu (SCMV) manifestaram-se na passada quinta-feira, 14 de março, em frente à sede da instituição, reivindicando um aumento efetivo dos seus salários.
A manifestação decorreu no Jardim das Mães, a menos de 20 metros da SCMV, e no seu interior eram bem audíveis as ‘palavras de ordem’ dos manifestantes, sobretudo mulheres, como por exemplo: ‘lutar, lutar, lutar, até os salários aumentar’. Afonso Figueiredo, do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Centro, afeto à CGTP, instigou essas mesmas palavras de ordem’, com recurso a um megafone, em que ia indicando à direção da Misericórdia de Viseu diversas exigências dos trabalhadores. Uma delas é a atualização dos salários em linha com os anos de serviço.
A greve teve uma adesão de perto de 100 por cento, de acordo com Afonso Figueiredo que confirmou aos jornalistas que “80 por cento dos trabalhadores ao serviço da Misericórdia de Viseu auferem apenas o salário mínimo nacional”, situação que considerada “insustentável e que tem de ser revista”. Há casos de trabalhadoras, que não se quiseram identificar, que garantiram que trabalham na instituição “há décadas”, mas que “continuam a ganhar o salário mínimo”.
O dirigente sindical garantiu aos jornalistas que a direção da SCMV se mostrou “indisponível para falar” sobre algumas das reivindicações apresentadas e que “se a Misericórdia não se sentar para, em conjunto, encontrarmos soluções, os trabalhadores vão convocar novas formas de luta”, admitiu.
Adelino Costa, Provedor, contestou ação do Sindicato
O provedor da Santa Casa da Misericórdia de Viseu admitiu, nessa manhã, aos jornalistas, que “os trabalhadores ganham pouco” e confirmou que estão a ser ponderadas reformas. Contudo, Adelino Costa não considerou justo que “um sindicato que faz parte de uma das centrais sindicais venha, por si só, pedir novas reivindicações, com situações verdadeiramente inaceitáveis”, lembrando que há um contrato coletivo de trabalho aprovado entre a União das Misericórdias e os sindicatos.
Ao mesmo tempo, Adelino Costa lembrou as dificuldades por que passa a instituição e que, nesse contexto, “não se podem pedir indiscriminadamente para todos os trabalhadores um valor como é uma das propostas, aumentar o número de férias, reduzir o número de horas, considerar diuturnidades”, alegou o provedor.
G.I./J.B.:PBA