O Jornal da Beira entrevistou D António Luciano, a propósito da Semana Santa, que os cristãos vão viver, a partir desta noite. Reproduzimos o texto publicado pelo semanário diocesano:
Como gostaria que fosse vivida a Semana Santa na Diocese?
Gostaria que a Semana Santa fosse vivida como uma oportunidade única para viver a espiritualidade cristã segundo as orientações da Igreja Católica. Isto é, vivendo as celebrações litúrgicas com espírito de fé e profundidade espiritual e salvífica, seguindo os passos de Cristo. A Bênção dos Ramos e a ‘Entrada Triunfal’ de Jesus em Jerusalém deve ser uma oportunidade para fazermos um encontro festivo com a Pessoa de Jesus Cristo, que veio ao Mundo para nos ensinar o caminho do Bem e para experimentarmos o dom da Salvação como algo que é sempre um dom gratuito e imerecido da nossa parte.
E de que forma é que os cristãos devem estar preparados para melhor viver esta Semana?
A celebração da Eucaristia do Domingo de Ramos deve ser para os cristãos um momento para estarem centrados no Mistério da Paixão e Morte de Nosso Senhor Jesus Cristo, agradecendo tão grande gesto de amor. Jesus amou-nos, deu a Sua vida por nós morrendo na Cruz. Para nos salvar!
Mas também devemos viver este Domingo de Ramos como o ‘Dia Mundial da Juventude’, muito com um coração a olhar para todos os jovens, para os seus problemas e esperanças, de forma a transmitir aos jovens cristãos que não devem ter medo de viver a fé.
O reforço que faz da mensagem do Papa Francisco deve chegar aos jovens como?
O Papa Francisco lembra, na sua Exortação Apostólica ‘Cristo Vive’, que o coração da Igreja também está cheio de jovens santos que entregaram as suas vidas a Cristo e muitos deles foram martirizados. Os seus exemplos de vida mostram de que são capazes os jovens quando se abrem ao encontro com Cristo (‘Cristo Vive’, n.º 49).
A Semana Santa tem um ritual concreto e intenso. E a sua vivência?
Todos os dias da Semana Santa, até à celebração da Missa Crismal, onde os Sacerdotes celebram o seu jubileu sacerdotal, na manhã de Quinta-feira Santa devemos viver estes dias contemplando o “servo sofredor, obediente até à Morte na Cruz’, que se entregou ao serviço da Humanidade como Sumo e Eterno Sacerdote, continuando na Igreja o múnus sacerdotal em todos os batizados e de modo especial no ministério ordenado, para continuarem no mundo a missão de Cristo Sacerdote, Profeta e Rei.
No caso específico da Diocese, como gostaria de sentir esse momento?
Gostaria que todos os Sacerdotes, Diáconos, Consagrados e o Povo de Deus sejam capazes de celebrar a Eucaristia Crismal de Quinta-feira Santa não só em qualidade espiritual, mas também em quantidade. Gostaria que toda a comunidade diocesana se reúna com o seu Bispo e os Sacerdotes desta Diocese no mesmo altar, e que sejamos um Povo de Reis, Povo Sacerdotal, Povo de Deus a bendizer o seu Senhor. No fundo, viver intensamente, em cada comunidade paroquial, o Tríduo Pascal para que a Igreja se envolva e encha de alegria e festa.
Esta será a sua primeira Semana Santa como Bispo desta Diocese. Como é que a vai viver nessa qualidade de Prelado da Igreja de Viseu?
Com fé, humildade, amor, abandono, confiança e esperança pascal.
G.I./J.B.