Open/Close Menu A Diocese de Viseu é uma circunscrição eclesiástica da Igreja Católica em Portugal

Apresentamos uma síntese das homilias de D. António Luciano nas celebrações de Sexta-feira Santa e da Vigília Pascal:

O drama da Paixão e Morte de Jesus, continua ainda hoje vivo e atual, quer na vida pessoal de cada um de nós, quer nas diversas vicissitudes sofredoras de muitos povos e da humanidade inteira. Foi a condenação de um inocente, que por fazer o bem, morre na cruz, para salvar todo o ser humano. Nós continuamos a viver o ritmo da nossa vida marcada por uma decisão iníqua. Quantos seres humanos continuam hoje a experimentar na sua vida sentenças injustas. Ele que era o Justo, tornou-se o Servo Sofredor, entregou-se voluntariamente à morte para nos resgatar do pecado.  Na natureza humana há sempre algo a resgatar, muita coisa que precisa de se aperfeiçoar, de se renovar. Este é o desafio do verdadeiro humanismo e da fé cristã que assenta no conhecimento da Pessoa de Cristo Crucificado, Morto e Ressuscitado.  O drama da Paixão e Morte de Jesus, continua ainda hoje vivo e atual, quer na vida pessoal de cada um de nós, quer nas diversas vicissitudes sofredoras de muitos povos e da humanidade inteira. Foi a condenação de um inocente, que por fazer o bem, morre na cruz, para salvar todo o ser humano. Nós continuamos a viver o ritmo da nossa vida marcada por uma decisão iníqua. Quantos seres humanos continuam hoje a experimentar na sua vida sentenças injustas. Ele que era o Justo, tornou-se o Servo Sofredor, entregou-se voluntariamente à morte para nos resgatar do pecado.  Na natureza humana há sempre algo a resgatar, muita coisa que precisa de se aperfeiçoar, de se renovar. Este é o desafio do verdadeiro humanismo e da fé cristã que assenta no conhecimento da Pessoa de Cristo Crucificado, Morto e Ressuscitado.

(…) Fazer esta experiência da fé cristã implica audácia e disponibilidade interior, caminho de morte. ”Se o grão de trigo não morrer não pode dar muito fruto, mas se morrer dá muito fruto. ” A que se referia Jesus ao falar deste modo? Do sentido e da orientação que cada um dá à sua vida. Dar a vida é entrega-la, é estar disponível, é morrer para mim mesmo. “A tua vocação não consiste apenas nas atividades que tenhas de fazer, embora se manifeste nelas. É algo mais! É um percurso que levará muitos esforços e muitas ações a orientar-se numa direção de serviço.” (CV 255)

(…) Que sentido tem na minha vida a Cruz e o crucificado, Jesus de Nazaré? Como me identifico eu com Ele?

O sofrimento humano que marcas deixa na minha vida e o sofrimento de Jesus… O Mistério do Sofrimento é um dom que é preciso descobrir. E aceitar como dom de salvação. Santificação e mistério de salvação. O sofrimento no mundo de hoje? O sofrimento na vida de cada um de nós? O valor salvífico do sofrimento de Cristo.

 O seu testamento na Cruz. As sete Palavras de Jesus: 1ª Meu Deus, meu Deus, porque me abandonastes… Deus está sempre connosco. 2ª Mulher, eis o teu filho. Filho eis a tua Mãe… A Igreja e os cristãos temos mãe. 3ª Hoje mesmo estarás comigo no Paraíso… A nossa pátria está nos céus onde nos espera Nosso Senhor Jesus Cristo. 4ª Tenho sede… de ti, da humanidade 5ª Pai perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem… Perdoar sempre sem nunca nos cansarmos 6ªTudo está consumado… Cumpriu-se a tua vontade. 7ª. Pai em vossas mãos entrego o meu Espírito… dando um grande brado expirou… Jesus morreu…Entreguemos a nossa vida a Deus para sermos mais felizes.

(…) Do lado aberto de Cristo nasce a Igreja e o sangue e a água são símbolo dos sacramentos do Batismo e da Eucaristia. Eis que surge uma nova humanidade, um povo novo daqueles que acreditam no crucificado Jesus de Nazaré. O próprio Centurião testemunha destes atos proclamou: “Na verdade este Homem era a Filho de Deus.” É aqui que está experiência da fé, passar do Jesus histórico, ao Cristo da fé.

Vigília Pascal

Ao celebrarmos solenemente a Vigília Pascal, a Mãe de todas as Vigílias, como dizia Santo Agostinho, terminamos o Tríduo Pascal e, com a bênção do Lume Novo, o Canto do Precónio Pascal, anunciamos o amanhecer de um novo dia. O silêncio, a tristeza e a solidão do Sábado Santo, deram lugar a uma nova experiência de vida, deu-se uma nova passagem pela nossa vida, Ele ressuscitou e aconteceu a nossa Páscoa. A escuta abundante a Palavra de Deus, robustece a nossa fé e fala-nos da História da Salvação revelada ao seu Povo.

(…) Cristo Ressuscitado ajuda-nos a descobrir o sentido e a verdade da vida e a encontrar a raiz da sua dignidade, o seu valor sagrado. Dá sentido e profundidade ao mistério do sofrimento e a dor. À luz do Mistério Pascal o sofrimento de Cristo, a sua morte na cruz e a sua passagem pelo túmulo, não foi algo de inútil, mas sim uma experiência vivida no repouso, no silêncio e na solidão, para nos oferecer a plenitude da vida. “Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras; foi sepultado e ressuscitou ao terceiro, segundo as Escrituras e apareceu a Cefas e depois aos Doze.” (Cf.1Cor 15, 1-5).

(…) é hora de gritarmos com fé e esperança:  Cristo Jesus, vós que Ressuscitastes para nos dar a vida, salvai-nos. Retirai-nos dos túmulos da nossa indiferença e do nosso orgulho, da falta de amor e de espírito de serviço onde nos encontramos, libertai-nos e ajudai-nos a transformar os nossos espaços e lugares, os nossos países e continentes em lugares de páscoa, de passagem, de pontes, de solidariedade, para que a fome seja eliminada, a doença curada, a miséria destruída, a violência pacificada e a morte se transforme em vida. Que o poder seja sempre um serviço, os falsos triunfalismos se transformem em humildade, e os sepulcros vazios do deserto das nossas vidas se transformem em oásis floridos da manhã de Páscoa.

Que os cenários orquestrados de guerra desapareçam, que os campos de refugiados e emigrantes à deriva, no meio do mar nunca  afoguem os sonhos de tantas vidas inocentes, que contemplam com esperança a outra margem; que as cinzas destruidoras de uma Catedral, nunca ofusquem a fé dos crentes na cruz de Cristo, que continua a irradiar beleza e luz mesmo no meio dos escombro; que a lama e a destruição das  cheias de uma tempestade destruidora, não matem a esperança cristã de um povo que vive a pobreza e a miséria; que nem o acidente que provocou a morte de dezenas de seres humanos, na ilha florida e acolhedora da Madeira, nos roube o  sonho de uma vida cheia de beleza e de esperança; que nem o sofrimento de um doente terminal ou outro qualquer, em casa, no lar ou em qualquer hospital do mundo, nos roubem a ousadia de sonhar e de esperar a verdadeira Páscoa.

Unamos a nossa oração a todos aqueles que continuam ainda hoje à espera da verdadeira libertação Pascal.

(…) Que todos crimes da humanidade sejam lavados com a ”Água Santa da Páscoa” e os atentados contra a vida humana desapareçam da face da terra. Alegria de anunciarmos o “Evangelho da Vida” leva-nos a dizer não ao aborto, à eutanásia, à distanásia, comprometendo-nos a cuidar da vida humana com qualidade, promovendo o maior bem dos que sofrem, aliviando-lhes as dores e dando sentido à sua existência. Hoje a nossa sociedade tem muitas formas e instrumentos para prestar os melhores cuidados aos doentes, em todas as fases da doença, mesmo os incuráveis ou os que se encontram em fase terminal de vida.

 Não abandonemos os nossos doentes, os mais frágeis e os que sofrem, façamos para isso as melhores leis para os proteger, promover e dignificar.  Promover a dignidade da vida, uma vida digna, em qualidade aliviando as dores, os sofrimentos e os sintomas dos doentes, acompanhando-os nos cuidados com humanismo e espiritualidade na hora da sua morte.

(…) A Igreja ensina e pede aos cristãos que promovam uma verdadeira cultura da vida, rejeitando sempre uma cultura de morte.

Dizer não à morte de inocentes, não a práticas permissivas que legalizam o aborto, o infanticídio, a pena de morte, a eutanásia e a distanásia.  Estes crimes envergonham uma sociedade que se afirma humanista, desenvolvida, civilizada, são uma falta de respeito pela a vida, empobrecimento do valor da dignidade da pessoa e uma ofensa grave ao Criador.

 Sejamos sempre promotores da verdadeira vida e cuidadores da vida humana frágil e, ao acolhermos a Vida Nova que Jesus Cristo nos ofereceu no seu Mistério Pascal, Ele que Ressuscitou e está vivo para sempre ofereça sempre a cada um de nós e à Sua Igreja a plenitude da vida em abundância. Só Jesus Cristo pode dizer: “Eu vim, para que todos tenham vida e a tenham em abundância”.

(…) O sepulcro está vazio… Sim Cristo Vive! Ele está no meio de nós! Ele quer viver em mim, em ti e no coração de todo o ser humano. Eis o grande anúncio pascal feito aos discípulos pelas mulheres. Eles testemunharam, por isso continua a ecoar na Igreja esta grande notícia e a chegar a todo o mundo este anúncio: não está aqui, não está entre os mortos. Ressuscitou!

 (…) Desejo a todos vós e às vossas famílias, votos de Santas Festas Pascais!

 Boas Festas! Aleluia! Aleluia! Aleluia!

G.I.

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