Open/Close Menu A Diocese de Viseu é uma circunscrição eclesiástica da Igreja Católica em Portugal

O Jornal da Beira foi “à conversa com” o Padre Álvaro, dos Missionários Vicentinos, a propósito da celebração dos seus 25 anos de sacerdócio. Reproduzimos  o texto que está publicado na edição de hoje:

 1. O lema da minha ordenação foi: “Não foste vós que me escolhestes, fui Eu que vos escolhi…” (Jo 15,16). E hoje continua a fazer sentido. De facto, passado este tempo de serviço à Igreja, na Congregação da Missão, sinto que foi Ele quem me escolheu e lançou nesta aventura. Que sem a Sua presença na minha vida nada teria sentido. Por isso ainda hoje continuo a sentir que me chama cada dia. Claro que tenho de dizer que nem sempre foi e nem sempre é fácil.

 2. Nestes 25 anos de sacerdócio, a forma como vejo a Igreja é um pouco ao jeito do Papa Francisco e do fundador da minha Congregação, S. Vicente de Paulo.  Ambos olham a realidade com “olhos de ver” e descobrem uma Igreja enferma, a precisar de quem se disponibilize para uma nova forma de anúncio, de chegar a todos. Mas tantas vezes o que impera é peso da tradição, ainda do clericalismo, da instalação, talvez do medo, e assim não chegaremos a todos, ou a lado nenhum. Vejo que a Igreja, precisa de estar mais aberta e próxima, mais acolhedora e a caminhar com a vida das pessoas. A dialogar, a cativar, a propor verdadeiro caminho de busca de Deus. Claro que em tudo este processo, ao longo destes 25 anos, entre momentos de Kyrie e de Ação de graças, estes últimos superaram em muito. E quantos desafios lançou a Igreja, e quantas respostas!

 3. Hoje, sentir-se chamado é certamente um grande desafio. Vivemos num ambiente que não potencia a vocação sacerdotal e religiosa. Fruto certamente de todas as “modas” e tendências, que se concretizam numa subjetividade individualista. Também a competição, o gosto pelo efémero, os valores, ou falta deles, são fatores que não ajudam. E num contexto destes, que muitas vezes também invade as nossas comunidades e famílias, torna-se difícil apresentar o caminho da doação da vida como forma de realização e felicidade. Quem sabe se também falta empenho e testemunho da nossa parte, que leva a diminuir quem queira seguir o nosso ideal de vida. Mas sim, hoje falar da vocação é um grande desafio!

 4. Um episódio que me marcou, nestes anos, foi… pensando bem não sei se consigo referir um só. O meu ministério desenrolou-se essencialmente no trabalho com a juventude, no campo das Missões Populares e no serviço à Congregação, em vários ofícios. Na pastoral juvenil as Jornadas Mundiais e o acompanhamento de alguns jovens marcaram-me muito. O ofício de Provincial, embora com muitas preocupações, ajudou-me a olhar a Congregação da Missão e os nossos vários ministérios, e a Igreja em geral, numa dimensão mais internacional. Mas o que certamente me marcou mais foi o trabalho nas Missões Populares, que é o específico da Congregação. De norte a sul do país, em tantas paróquias e diferentes Dioceses, o ajudar as pessoas aproximar-se mais de Jesus Cristo foi o que mais me marcou.

 5. Para os próximos anos, sinto-me animado a prosseguir a minha missão e vocação. Como e onde nunca foi a minha preocupação. Já tive de fazer as malas várias vezes. Por isso, enquanto tiver saúde e achar que o Senhor me chama e precisa de mim, estou disponível.

G.I:/J.B.

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