Responsável católica pelo setor destaca uma questão que deve ser de «resolução conjunta e colaborativa».
A diretora da Obra Católica Portuguesa das Migrações (OCPM) lamentou hoje a subsistência de “uma sociedade que exclui” e onde mais do que meios falta a “boa vontade” de ajudar quem precisa de acolhimento.
Durante a conferência de imprensa com os jornalistas, no início da peregrinação internacional aniversária de agosto, no Santuário de Fátima, Eugénia Quaresma frisou a responsabilidade que recai sobre o poder político, de “colocar a questão das migrações na agenda”, mas também sobre “quem elege”, no sentido “de se combater os medos” e de “mudar a narrativa” atual.
“É pensar um pouco no populismo e na xenofobia, é preciso combater os medos”, apontou aquela responsável, que sustentou a necessidade de um trabalho conjunto, que envolva todos os países e governos.
“É importante que se entenda que a questão das migrações é de resolução conjunta e colaborativa, não pode ser só uma questão dos Estados do sul, tem que haver solidariedade na resolução das questões”, referiu Eugénia Quaresma, em alusão à situação de Itália, um dos países onde a questão do acolhimento aos refugiados mais se tem colocado.
Durante a conferência de imprensa, a diretora da OCPM disse que a Igreja Católica em Portugal “está a trabalhar para que as pessoas percebam que todos beneficiam com a diversidade e com o acolhimento, e com a capacidade de integrar o potencial que estas pessoas trazem”
Eugénia Quaresma recordou ainda a importância de promover “canais seguros e regulares para as migrações”, no sentido de “combater também o tráfico de seres humanos”, e de “influenciar os Estados a serem mais abertos ou a funcionar de uma forma mais aberta”.
E relevou o “desafio das crianças” migrantes e refugiadas, que é cada vez mais um problema presente em diversos países, crianças essas que chegam muitas vezes sozinhas, sem qualquer tipo de suporte.
“Ao acolher estas crianças estamos não só a cuidar do nosso presente mais a semear o nosso futuro”, sublinhou.
No que toca ao Programa de Recolocação e Reinstalação de refugiados, desde o início desta crise humana a Europa já acolheu perto de 46 mil pessoas nessa situação, sendo que para Portugal vieram 1674, e dentro destas 726 pessoas através da PAR.
Um número que, para Eugénia Quaresma, vem desmistificar desde logo aquele “discurso de invasão” que muitas vezes tem caraterizado esta problemática.
“726 pessoas é um número pequenino, se pensarmos que elas estão dispersas por diversas comunidades e regiões. É um número que não custa a aceitar, que não custa a acolher”, defendeu aquela responsável, que reforçou a questão da necessidade de uma mudança de mentalidade.
“Se não fosse a recusa de alguns países, a Europa tinha capacidade para acolher muito mais, é uma questão de boa vontade, não só de política e de condições, é uma questão de conseguirmos contar com todos para melhorar este mundo em que vivemos”, completou.
O bispo que acompanha a Obra Católica Portuguesa das Migrações, D. António Vitalino, também presente na conferência de imprensa, disse que é preciso “promover a cultura do encontro, da comunicação e da comunhão”.
D. António Vitalino assinalou que o “mundo atual está marcado pela mobilidade”, algo que “não é novidade” para o cristão, que “sempre foi considerado um peregrino a caminho da terra prometida”, mas alertou para “as guerras, as perseguições, cataclismos e fome” .
Neste contexto, acrescentou as alterações climáticas, recordando a realização do Sínodo especial da Amazónia, “que tratará da Amazónia e do seu significado para o clima a nível mundial”, convocado pelo Papa Francisco para o mês de outubro.
O bispo vogal da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana explicou que os migrantes portugueses estão em “maior número nos países desenvolvidos” onde mantêm um “amor muito grande ao seu país, às suas famílias e tradições”, e destacou as peregrinações que participam em países como a França, a Suíça e a Alemanha.
D. António Vitalino contextualizou sobre o acompanhamento espiritual dos migrantes que, “normalmente, as conferências episcopais orientam-se para a nomeação” na Erga Migrantes Caritas Christi, de 2004”, que “fala em organização jurídica da nomeação de padres assistentes pastorais e delegados”, mas “alguns não se orientam por isso”.
“As normas dizem que nos países onde há muitos emigrantes de uma língua e cultura e muitos agentes pastorais deve ser nomeado um delegado que está atentos às necessidades”, acrescentou, observando que nem sempre “nem sempre é possível” a nomeação de alguém do país de origem e exemplificou que em Portugal têm “muita falta de presbíteros”, alertando para os “padres soltos que se oferecem e esses são um perigo para as migrações”.
A peregrinação internacional aniversária de agosto releva a tragédia que afeta hoje milhões de pessoas que estão a ser obrigadas a deixar as suas casas devido a problemáticas como a pobreza, a guerra e a perseguição étnica e religiosa.
Esta iniciativa em Fátima tem a particularidade de integrar também a Peregrinação Nacional do Migrante e Refugiado, um dos pontos altos do programa da 47.ª Semana Nacional das Migrações, promovida pela Igreja Católica de 11 a 18 de agosto, cujo tema é “Não são apenas migrantes”.
G.I./Ecclesia:JCP/CB
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