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País em busca da reconciliação recebe Francisco, diz padre Manuel Leal, pároco em Maputo.

O padre Manuel Leal, missionário salesiano em Moçambique, há 18 anos, disse hoje à Agência ECCLESIA que o Papa Francisco vai ser recebido em festa, num país que ainda procura a reconciliação.

“As cores, as capulanas com as três palavras – a reconciliação, a paz e a esperança – vão marcar toda a cidade”, referiu o pároco de São José de Lhanguene, a respeito de uma viagem “concentrada” em Maputo, para onde foram convidadas delegações de todas as outras 11 dioceses do país.

O missionário português acolheu na sua paróquia, ao longo dos últimos três meses, o coro, com mil cantores e cerca de 300 dançarinas, que vai animar a Missa desta sexta-feira no Estádio Nacional do Zimpeto, com lotação esgotada.

Moçambique é a primeira paragem de um périplo que inclui também Madagáscar e a ilha Maurícia, até 10 de setembro.

De acordo com o Vaticano, os católicos representam 28,1% da população moçambicana, marcada pela pobreza extrema.

A 1 de agosto, o presidente moçambicano, Filipe Nyusi, e o líder da Renamo, Ossufo Momade, assinaram um acordo de cessação das hostilidades, para o fim formal dos confrontos entre as forças governamentais e o braço armado do principal partido da oposição.

“Nunca se chegou a uma paz definitiva, como agora dizem, depois deste último acordo”, observa o padre Manuel Leal.

O religioso salesiano sustenta que, além do desarmamento e reintegração dos homens da Renamo, o grande problema é “a aceitação do multipartidarismo, na prática”, lamentando que já haja mortes, desde o início da campanha eleitoral, o que mostra que “a reconciliação tem muito caminho ainda para andar”.

“Eu julgo que a presença do Papa pode ajudar a consolidar esta paz”, aponta, desejando “boa fé” no processo em curso.

Um membro da Renamo e uma militante da Frelimo foram mortos na província de Sofala pouco depois do arranque da campanha eleitoral em Moçambique, no sábado.

As eleições presidenciais, legislativas e provinciais estão marcadas para 15 de outubro; aos participantes nas celebrações e encontros com o Papa foi pedido que não levem qualquer símbolo partidário.

“Talvez a presença do Papa ajude a dar uma nova orientação, seria muito bom”, deseja o padre Manuel Leal.

O missionário lamenta que Francisco não se desloque à Beira, porque o Papa gosta de estar “junto dos mais desprotegidos”, admitindo que a decisão não tenha sido da responsabilidade da Conferência Episcopal.

G.I./Ecclesia:PR/OC

CategoryIgreja, Papa, Pastoral

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