Open/Close Menu A Diocese de Viseu é uma circunscrição eclesiástica da Igreja Católica em Portugal

A Europa, o velho continente é uma terra de beleza, de sonhos e de esperanças, de crises, mas também de soluções. Uma terra linda, de bosques, de flores, de frutos, de nascentes, de lagos, de rios, de mares e de oceanos. Terra de monumentos, de mosteiros, de abadias, de catedrais, de igrejas, de capelas, de santuários, terra de mestres e de santos. Continente de escolas, de universidades, de museus, de fábricas, de empresas, de parlamentos, de palácios onde convive sadiamente o mestre, o sábio, o ignorante e o pobre. Um jardim de planícies e vales, de serras e neves, de rios e campos semeados, de artistas e operários, de escritores e de cientistas, de médicos e de cuidadores, de professores e homens da cultura, de artesãos e de camponeses, de pastores e de rebanhos. A Europa apesar da baixa natalidade continua a ser uma terra de sonhos, de crianças e de jovens, de doentes e infetados, de pobres e refugiados, de emigrantes e perseguidos, de frágeis e vulneráveis, de crentes e ateus, de homens e mulheres que são uma Igreja viva. Tudo isto é a Europa, um velho continente, onde as pessoas continuam a sonhar ser felizes e onde o humanismo e a fé cristã são as raízes da civilização.

Em tempo de pandemia somos convidados a olhar a Europa com esperança e otimismo, apesar das nuvens sombrias e do nevoeiro que cobre os refugiados, os deslocados e imigrantes. Não podemos vislumbrar o horizonte da Europa com desanimo e desilusão, mas sim com confiança no desenvolvimento e na solidariedade.

A Europa com a sua força de “União Comunitária” deve a partir dos seus governantes e de todos os que vivem e são Europa, fazer firmeza num voto de um futuro mais próspero e com respostas ajustadas a todos os setores. Uma Europa mais unida, mais solidária, mais democrática, que não exclui ninguém, que não nega ao outro a sua cidadania, em função da cor, da raça, do credo, da riqueza, da pobreza ou da exclusão, do racismo ou da xenofobia. É uma Europa com presente e com futuro.

Ao refletir sobre a Europa renovada que todos desejamos, berço de uma civilização humanista e com um cariz cristão, leva-me durante esta semana a contemplar o grande vulto da cultura e da fé cristã, Padroeiro da Europa, São Bento de Núrsia ou do Monte Cassino, esse grande pensador humanista e cristão, fundador e monge que engrandeceu a Igreja no século IV com o seu carisma: “Ora et Labora”. Regra tão simples e tão exigente proposta aos seus monges que o ajudaram a construir o edifício da Europa, respeitando as suas raízes profundas.

A Europa, como o resto do mundo, está envolvida numa grande crise da qual tenta sair. Sairemos desta crise! Que nesta hora de dificuldades, mas também de esperança, olhemos para todos aqueles que desde o passado até hoje lhe deram fôlego e testemunho para ser diante do mundo um continente berço de muitas civilizações.

Que São Bento, Padroeiro da Europa que vamos celebrar no dia 11 de julho nos ajude a dar passos firmes na comunhão e na unidade para construirmos na esperança e na solidariedade a terra habitável e acolhedora que todos desejamos.

Que São Bento nos anime e a todas as pessoas de boa vontade que vivem na Europa a fazer este caminho com a alegria, a coragem e a confiança de que todos “estamos no mesmo barco” tomamos por leme civilizacional e renovador da Europa o anúncio da Boa Nova do Evangelho e o testemunho da fé. Com a oração e com o trabalho como realização pessoal construiremos um continente novo, uma Europa desinfetada de todos os vírus que a prostram na inércia e não a estimulam na renovação, no crescimento, na solidariedade e estabilidade pacificadora de que tanto precisa. Força Europa, sem desânimo, vamos em frente com valores e o ideal cristão.

 

† António Luciano,

Bispo de Viseu

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