Open/Close Menu A Diocese de Viseu é uma circunscrição eclesiástica da Igreja Católica em Portugal

Celebrar o nascimento de uma criança é sempre um dom de Deus, porque a vida de cada um de nós é “única e irrepetível”, um valor que devemos promover e respeitar desde o momento da conceção até à morte natural. Dar graças a Deus pela vida que nos foi dada como dom, pelo amor e carinho que recebemos dos nossos pais é algo que como cristãos não podemos, mas devemos celebrar e testemunhar. Numa sociedade onde o crescimento da natalidade se torna o problema nevrálgico do futuro da sustentabilidade da humanidade, devemos pedir a quem nos governa que promova programas e políticas que apoiem a família, a maternidade e favoreçam a natalidade na nossa sociedade. A vida humana é um dom de Deus, pois ainda nós estávamos no ventre materno da nossa mãe, já o nosso bom Deus pensava em nós e nos amava. Como nos ensina São Paulo, a graça de sermos seres humanos predestinados, chamados e escolhidos para sermos santos e irrepreensíveis na presença de Deus, é algo que faz de toda a criatura humana uma bênção e um dom.

Foi neste desígnio de amor e de graça, que Deus chamou Maria de Nazaré, Aquela que por privilégio único foi concebida sem pecado original, para se tornar a Imaculada na presença de Deus e assim poder ser escolhida para Mãe de Jesus. O seu nascimento encheu de alegria a terra inteira, porque Ela é a Nova Eva da humanidade, a criatura a quem o Anjo no momento da Anunciação, chamou de “Ave”, a cheia de graça, aquela que com as suas virtudes encheria de alegria a vida dos cristãos. Celebrar o nascimento da Bem-Aventurada Virgem Maria enriquece a Igreja e o mundo e em tempo de pandemia é sinal de presença reconfortante, auxílio e remédio de modo especial para todos os doentes e aqueles que foram infetados com o Covid-19.

Gostaria que a celebração da Festa do Nascimento da Bem-Aventurada Virgem Maria, filha de São Joaquim e de Santa Ana, fosse para todos nós uma oportunidade para crescermos na devoção a Nossa Senhora, para renovarmos a nossa fé, crescermos na santidade e refletirmos sobre o valor da vida e a importância da família cristã. Cada família enquanto berço aberto à vida é a célula fundamental da humanidade e para todos os cristãos uma verdadeira “Igreja Doméstica”, que no momento presente tem um valor incomensurável. A sociedade de hoje precisa de boas famílias para termos muitos nascimentos, muitas crianças e jovens e a família se tornar uma verdadeira escola de vida, de virtudes, de comunhão, de partilha e de valores. A família de Maria de Nazaré estimula-nos na abertura à vida e na prática das virtudes familiares e desafia todas as famílias do mundo a serem fiéis aos desígnios de Deus.

No próximo dia 8 de setembro, festa litúrgica da Natividade de Maria, a Igreja celebra em muitos lugares com filial devoção e ternura a Bem-Aventurada Virgem Maria com muitos títulos, a quem recorre nas suas aflições e necessidades e a chama nas mais diversas circunstâncias com as mais sugestivas invocações: Nossa Senhora do Castelo, Nossa Senhora da Esperança, Nossa Senhora da Saúde, Nossa Senhora dos Remédios, Nossa Senhora da Ajuda, Nossa Senhora da Encarnação, Nossa Senhora do Amparo, Nossa Senhora do Monte Alto, Nossa Senhora da Nazaré, Nossa Senhora da Graça, etc.

Muitos títulos são dados a Maria porque Ela é a cheia de graça, a Mãe de Jesus e a Mãe dos cristãos, porque Ela é a advogada, a medianeira, a intercessora, a auxilia- dora, Aquela que no céu junto de Jesus seu Filho, no seio da Trindade, continua a interceder e a cuidar dos irmãos de seu Filho, que no meio de dificuldades e esperanças continuam a sua peregrinação na terra.

Que neste tempo de pandemia saibamos celebrar esta festa de Maria, fazendo a verdadeira peregrinação interior que nos conduz ao coração de Deus pelos caminhos de santidade.

Rezemos muito por todos, o terço ou outra oração, pelo nosso mundo, pela Igreja peregrina e pelas famílias para que imitando as virtudes de Maria, façamos como Ela o verdadeiro caminho do “sim” e do “serviço”, para na alegria de Jesus sermos os discípulos missionários que todos desejamos ser.

 

† António Luciano,

Bispo de Viseu

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