O Papa Francisco convocou a Igreja a celebrar um Ano dedicado a São José, para honrarmos o pai adotivo de Jesus, Padroeiro da Igreja Católica. Procuremos imitar a sua fé e viver o seu exemplo no espírito de serviço, no mistério da sua humildade, na oração, no silêncio e na obediência, contemplando a sua missão de cuidado e de proteção da família de Nazaré.
“Eu vos saúdo, São José, cheio de graça.
Jesus e Maria estejam, convosco;
bendito sois vós entre todos os homens e Jesus,
o fruto da vossa esposa imaculada.
São José, esposo de Maria e pai adotivo de Jesus,
rogai por nós, pobres pecadores,
agora e na hora da nossa morte.
Ámen.”
Neste Ano também dedicado à “Família Amoris Laetitia” saibamos implorar o seu auxílio e a proteção de São José para a Igreja, para o Papa, os Bispos, os sacerdotes, os diáconos, os consagrados, as famílias, os pais e toda a humanidade.
São José:
O Papa Francisco na Carta “Patris Corde”, convida os cristãos a imitar a vida e as virtudes de São José, humilde servidor da família de Jesus e Maria na casa de Nazaré.
A sua vida é enriquecida através do serviço de obediência a Deus no acolhimento do mistério da Encarnação do Verbo. Esposo fiel da Bem-Aventurada Virgem Maria é um intercessor em benefício de todos os que vacilam na fé e na família precisam da sua proteção e auxílio.
Pai adotivo de Jesus, sustentou com o seu trabalho humilde, simples e honesto de carpinteiro a sua família. Dedicou toda a sua vida com fé, oração, trabalho, sacrifício ao cuidado de Jesus seu Filho adotivo e de sua esposa a Bem-Aventurada Virgem Maria.
Com um coração de Pai: assim José amou Jesus, designado nos quatro Evangelhos como “o filho de José”. Procuremos ao longo destes passos contemplar São José como esposo de Maria, um homem justo, um cumpridor fiel da vontade de Deus, que acolhe Jesus nascido no estábulo de Belém por não haver lugar para eles na hospedaria. Guardava todos os acontecimentos no seu coração e deu ao Menino, o Emanuel, o nome de Jesus, indicado pelo Anjo. Exerceu a sua paternidade de modo exemplar como nos ensina o Papa Francisco na carta Apostólica Patris Corde.
1. São José, Pai amado
São João Paulo II chamou-lhe “Guardião do Redentor” e o povo fiel como “padroeiro da boa morte”. São José é um Pai que foi sempre muito amado pelo povo cristão.
De São José, devemos todos aprender o mesmo cuidado e responsabilidade: amar o Menino e sua mãe; amar os Sacramentos e a caridade; amar a Igreja e os pobres. Cada uma destas realidades é sempre o Menino e sua Mãe. São Paulo VI faz notar que a sua paternidade se exprimiu, concretamente, “em ter feito da sua vida um serviço, um sacrifício ao mistério da encarnação e à conjunta missão redentora (…) no amor colocado ao Messias nascido na sua casa”(cf. Patris Corde, p.8).
Quem ama e dá amor sente-se sempre um ser querido e amado por Deus, imitando as virtudes da Sagrada Família.
Sublinho nesta missão de Pai a virtude da amabilidade e o que isto implica. O amor oblativo numa entrega gratuita nunca impõe condições. Dá-se e recebe-se, realiza-se a reciprocidade do dom no serviço.
– O acolhimento na alegria e na dor em caridade é esperança pascal.
– O amor gratuito incondicional é o modo dar com generosidade.
– O serviço sem tempo e sem receber nada em troca é gratuidade.
2. São José, Pai na ternura
Tocado pelo mistério da economia da salvação São José aprende a descobrir em cada dia, em cada palavra, em cada gesto, a ternura de Deus, mesmo nas horas de fraqueza e provação.
Os dois evangelistas que puseram em relevo a sua figura [José], Mateus e Lucas, narram pouco, mas o suficiente para fazer compreender o género de pai que era e a missão que a Providência lhe confiou. “A ternura é a melhor forma para tocar o que há de frágil em nós” (Patris Corde, p.12). A ternura de São José exprime-se também no modo como ele acolhe e aconchega o Menino Jesus no seu regaço terno e meigo.
Com serenidade sobressai na sua vida a virtude da mansidão e o envolvimento do cuidado prestado ao filho de Deus com as suas próprias mãos.
– Acariciar com afeto espiritual é manifestação da ternura de Deus.
– Doçura e empatia no serviço alegre e jubiloso ao serviço do dom da vida.
– Mansidão na entrega da relação filial, dom fecundo da paternidade.
3. São José, Pai na Obediência
São José soube amar de maneira extremamente livre, despojado de si mesmo e obediente à vontade de Deus “sem se questionar sobre as dificuldades” (Patris Corde, p. 15).
Nunca se colocou a si mesmo no centro, soube descentralizar-se, colocou Maria e José no centro da sua vida com “confiança e paciência” (Patris Corde, p.15).
As dificuldades da vida obrigam-nos muitas vezes a sair de nós mesmos, esvaziando a nossa vida ficamos sem nada, só Deus resta e basta, para o nosso existir, o nosso auxílio. A virtude da pobreza priva-nos dos bens materiais, torna-se evangélica no dom da obediência à vontade salvífica do Pai.
Quem é pobre não vive apegado a nada, os bens são prisão e supérfluo, pobre aprende a obedecer e vive a temperança, contrariando a soberba enganadora, que ofusca a inteligência e dá abrigo à vaidade e à avareza.
– Só a confiança em Deus enriquece o pobre na provação.
– A gratuidade liberta o coração do apego aos bens materiais.
– A prudência dá-nos a responsabilidade de em tudo amar e servir.
4. São José, Pai no Acolhimento
São José acolhe Maria sem colocar condições prévias, mas aberto ao dom do cuidado e da caridade.
“O acolhimento de José convida-nos a receber os outros, sem exclusões, tal como são, reservando uma predileção especial pelos mais frágeis, porque Deus escolhe o que é frágil (1Cor 1,27), é “pai dos órfãos e defensor das viúvas” (Sal 68,6) e manda amar o forasteiro” (Patris Corde, p.22).
O acolhimento dilata o coração e abre a porta da nossa vida aos outros. A virtude da hospitalidade abre o coração de cada pessoa, mas preocupa-se com o serviço a todos. No seu coração há sempre lugar para todos. “Fui eu que vos chamei e vos escolhi”. Deus não faz aceção de pessoas e abre-nos sempre a porta do seu coração.
– Disponibilidade para acolher, para agir e para integrar com nobreza e dignidade.
– Humildade no serviço gratuito, que brota de um coração nobre e generoso.
– Simplicidade no falar, no acolher, no servir, no rezar, no perdoar e no amar.
5. São José, Pai com coragem criativa
A criatividade é uma graça, um dom que vem do alto, do Pai das luzes.
Às vezes, são precisamente as dificuldades que fazem sair de cada um de nós recursos que nem pensávamos ter. Confiando na coragem criativa deste homem, “podemos projetar, inventar, encontrar” (Patris Corde, p.25). Todos os cristãos somos estimulados a ultrapassar as dificuldades e provações da nossa vida.
São José colocou-se inteiramente ao serviço do plano salvífico de Deus, exercendo de modo único e singular a virtude da paternidade adotiva, responsável tanto espiritual como criativa. São Paulo VI realçava esta paternidade de São José exprimindo concretamente, “em ter feito da sua vida um serviço, um sacrifício ao mistério da encarnação e à conjunta missão redentora; em ter usado a autoridade legal que detinha sobre a Sagrada Família para lhe fazer dom total de si mesmo, da sua vida, do seu trabalho; em ter convertido a sua vocação humana ao amor doméstico na oblação sobre-humana de si mesmo, do seu coração e de todas as capacidades no amor colocado ao serviço do Messias nascido na sua casa.” (cf. Patris Corde p,8, Homilia em 19 de março de 1966).
– É um testemunho eloquente de modéstia e de castidade evangélica para todos.
– Incute fortaleza espiritual e moral aos seus devotos e amigos.
– É um construtor da espiritualidade cristã provada e testemunhada no meio das dificuldades.
6. São José, Pai Trabalhador
O Padroeiro da Europa são Bento escreveu na sua Regra: “Ora et Labora”. São José aprendeu muito antes este caminho de santificação pela realização do trabalho humano. A virtude da santidade, o dever assumido e cumprido como serviço na corresponsabilidade é um dom de Deus. O cumprimento do dever é a maior penitência da vida. A santificação no trabalho quotidiano, a sua valorização e dignificação própria. “Mãos no trabalho, coração em Deus” (Mons. Joaquim Alves Brás).
– Honestidade e transparência na lógica do amor e da liberdade de viver.
– Compromisso e espírito de partilha fraterna com os pobres e os vulneráveis da sociedade.
– Compromisso de crescer num processo de maturidade interior e de vivência adulta da fé.
7. São José, Pai na sombra
Presença discreta e escondida ao serviço de Jesus e de Maria na casa humilde de Nazaré. Acolhamos São José como protetor, intercessor e consolador dos aflitos.
A vivência da virtude da discrição leva-nos ao dom da perseverança, da sustentabilidade da fé e da caridade cristã.
– A intimidade e a interioridade como grandeza do coração abre nos à virtude da fraternidade.
– A vigilância e a privacidade para proteger e defender os direitos dos moribundos.
– A sabedoria e a constância para confortar os doentes e atribulados.
Guarda e protetor das famílias e da Igreja no silêncio interior de quem reza e ama.
8. São José, Pai Modelo de Educador
Pai e educador, mestre e testemunha de virtudes teologais, morais e valores familiares para promover a qualidade de vida.
A virtude da empatia e da resiliência. Um educador a saber ensinar com a fé, com o coração e a razão. Soube com caridade colocar-se no lugar do outro, fazendo sempre o discernimento de fazer sempre a vontade de Deus. Por isso o Papa Francisco proclamou um Ano Jubilar dedicado a São José, no qual vai inserir-se a partir do dia 19 de março de 2021 o Ano “Família Amoris Laetitia”.
– Livre para ensinar, enviado a ir pelos caminhos e azinhagas, as “periferias” da Igreja e do mundo.
– Espírito de sacrifício para aprender a cumprir o seu dever e a vontade Deus.
– Vontade para conhecer e iluminar a vida interior com sensatez, à luz da Palavra de Deus.
9. São José, Patrono e Modelo de Santidade
Viveu intensamente as virtudes da fé, da esperança e da caridade. Homem de silêncio interior, de contemplação na ação ao serviço da Igreja.
– Servo justo e fiel, guarda de Jesus e Maria, administrador zeloso da Casa de Nazaré.
– Servo silencioso e orante, compassivo e prudente no agir humano
– Servo perseverante, intercessor e vigilante, emigrante e peregrino em terra estrangeira.
“Salve, guardião do Redentor e Esposo da Virgem Maria! A vós, Deus confiou o seu Filho; em vós, Maria depositou a sua confiança; convosco Cristo tornou-se homem.
Ó Bem-aventurado José, mostrai-vos pai também para nós e guiai-nos no caminho da vida.
Alcançai-nos graça, misericórdia e coragem, e defendei-nos de todo o mal.
Ámen. (Papa Francisco)
Ó São José, rogai por nós e protegei a Santa Igreja, o mundo inteiro confia em vós, ó São José, rogai por nós. O mundo inteiro espera em vós, ó São José, velai por nós. Protegei as famílias, os sacerdotes, os diáconos, os consagrados, os educadores, os catequistas, os seminaristas, os leigos, as crianças, os jovens, os pais, os doentes e os moribundos.