- O enquadramento social e eclesial da fé.
A Igreja é o povo de Deus a caminhar para a casa do Pai. Consequência da pandemia, são muitos os jovens que na Igreja fazem a preparação para receber o Sacramento do Crisma. Ajudados pela reflexão do Documento Final do Sínodo dos Jovens, em outubro de 2018, realizado em Roma sobre o tema “os jovens, a fé e o discernimento vocacional” inicia com uma frase bíblica: “Derramarei o meu Espírito sobre toda a criatura” (no1).
O Espírito Santo está a ser derramado sobre um grande número de jovens e adultos na Diocese de Viseu, que acolhem os dons do Espírito Santo na receção do sacramento do Crisma. Os jovens e a Igreja em Portugal estão em peregrinação para a JMJ 2023, em Lisboa. Por isso, devem ser protagonistas da evangelização de outros jovens. A Igreja Sacramento universal de salvação quer fazer crescer os jovens na fé descobrindo a sua missão na Igreja e no mundo. “O anúncio de Jesus Cristo, morto e ressuscitado, que nos revelou o Pai e nos deu o Espírito, é vocação fundamental da comunidade cristã” (no 133).
- Os jovens, a fé e o discernimento vocacional.
Um tema atualíssimo e pertinente que devemos trabalhar muito na reflexão e estudo na planificação pastoral da Diocese e das paróquias. “É urgente que na catequese dos jovens se renove o empenho pelas linguagens e metodologias, sem nunca perder de vista o essencial, isto é, o encontro com Cristo, que é o coração da catequese” (no 133).
A caminhada para a JMJ 2023, inicia com as pré-jornadas em cada Diocese,
como um tempo forte de vivência dos objetivos da pastoral juvenil na própria comunidade, onde a experiência eclesial deve ser renovada e valorizada. “A peregrinação é para os jovens uma experiência de caminho que se torna metáfora da vida e da Igreja: contemplando a beleza da criação e da arte vivendo a fraternidade e unindo-se ao Senhor na oração, são assim propostas de novo as melhores condições do discernimento” (no 136).
“Só uma pastoral capaz de se renovar a partir do cuidado das relações e da qualidade da comunidade cristã será significativa e atraente para os jovens. A Igreja poderá assim apresentar-se como uma casa que acolhe, caracterizada por um clima familiar feito de confiança e confidência. O anseio pela fraternidade, que tantas vezes emergiu da escuta sinodal dos jovens, pede à Igreja para ser “mãe para todos e casa para muitos” (no 138).
- O sacramento da Confirmação.
O nome da confirmação justifica-se em razão de ser uma segunda unção com o óleo do crisma reservada ao Bispo e que completa a primeira, recebida no batismo. Através do sacramento da Confirmação cada um é chamado a assumir o próprio Batismo e tudo o que dele deriva. Crismamo-nos para nos unirmos mais a Cristo, aumento dos dons do Espírito Santo e para nos sentirmos mais ligados à Igreja.
A maturidade da fé cristã é sempre obra de Deus, por isso num momento próprio desse itinerário recebemos o dom do Espírito Santo, para continuarmos o nosso caminho cristão mais empenhados e comprometidos ao serviço da renovação da Igreja e da transformação do mundo. O sacramento do crisma não pode ser entendido como o fim de uma etapa, mas um momento de crescimento na caminhada da fé que nos compromete com Jesus Cristo. É perceber que a vida cristã é feita de processos de crescimento responsáveis na liberdade, buscando a verdade como discípulos missionários. Os jovens, uma vez concluída a iniciação cristã, são chamados por Deus a uma inserção maior na vida da Igreja. Sem descuidarem a participação habitual na Missa dominical, mostrem-se disponíveis para colaborar nas atividades da paróquia: grupo de jovens, coro litúrgico, na catequese, escutismo, leitores, salmistas, acólitos, movimentos, comissão de festas e em tantos outros serviços que só beneficiarão com a sua presença.
- A integração e o acompanhamento dos jovens hoje
A integração dos jovens na pastoral da Igreja, particularmente na pastoral juvenil, deve tornar-se o motor fundamental da renovação da vida das comunidades. A pastoral vocacional e a sua eficácia, quer no sacramento do matrimónio, ou no chamamento ao sacerdócio e à vida consagrada, requer de todos nós uma particular atenção.
“Deus chama em todas as idades da vida – desde o seio materno à velhice – mas a juventude é o momento privilegiado para a escuta, a disponibilidade e o acolhimento da vontade de Deus” (no 140).
Os jovens cristãos oferecem um belo testemunho do Evangelho, quando vivem a sua fé na família, na escola e na igreja transformando a sua vida e as suas ações quotidianas no seguimento de Jesus Cristo.
O documento do Sínodo termina com uma conclusão em três números, chamando os jovens a viver um caminho de santidade, apostando num estilo novo de compromisso com a comunidade, exprimindo o amor para o qual desde sempre fomos chamados: “os jovens santos impelem-nos a voltar ao nosso primeiro amor” (no 167).
Confiemos a Maria de Nazaré os nossos jovens para que imitem o seu exemplo e descubram com entusiasmo e alegria a pessoa de Jesus Cristo.