Observatório Pastoral
A disciplina de Educação Moral e Religiosa Católica (EMRC), de acordo com a legislação em vigor, é de oferta obrigatória por todas as escolas da rede pública e para todos os anos de escolaridade. Nos nossos colégios católicos a frequência reveste caráter de obrigatoriedade decorrente da íntima relação das suas finalidades com o contributo que presta à concretização do projeto educativo, uma vez que este se inspira no Evangelho.
Frequentemente ouvimos as famílias afirmar que não inscrevem os seus educandos em EMRC, uma vez que já frequentam a catequese. De acordo com o Diretório Geral da Catequese (DGC): “A relação entre o ensino religioso escolar e a catequese é uma relação de distinção e complementaridade”. EMRC e Catequese não se substituem ou excluem, uma vez que têm objetivos distintos. A educação cristã das crianças e jovens encontra na escola a complementaridade necessária onde, de acordo com o DGC, o ensino religioso escolar é “chamado a penetrar no âmbito da cultura e a relacionar-se com os outros saberes”.
Na ótica dos Bispos portugueses, a EMRC tem como grande finalidade “a formação integral do aluno, que permita o reconhecimento da sua identidade e, progressivamente, a construção de um projecto pessoal de vida”. Sendo a EMRC uma disciplina escolar reveste-se da “mesma exigência de sistematização e rigor que têm as demais disciplinas. Deve apresentar a mensagem e o acontecimento cristão com a mesma seriedade e profundidade com que as outras disciplinas apresentam os seus saberes”.
Em tempo de maiores dificuldades alegra-nos perceber a criatividade com que as escolas e os professores se superaram, criando redes de partilha, fazendo formação, partilhando ideias, saberes, preocupações e soluções. Como refere D. José Ornelas “precisamos de nos juntar para procurar as respostas que o mundo ainda não tem, que nós ainda não temos na nossa vida”.
A implementação da EMRC requer o esforço insubstituível dos professores, mas é também tarefa de toda a comunidade cristã. Os pais, primeiros educadores, têm “o direito e o dever de escolher o projecto educativo para os seus filhos”. Os párocos têm uma missão formativa, que inclui a sensibilização e incentivo de inscrição na disciplina, mas também a colaboração com os professores de EMRC das escolas da sua área pastoral.
Aos professores pede-se diálogo de colaboração com os pais e os responsáveis das comunidades cristãs, tendo em vista o esclarecimento, a responsabilização e a colaboração mútua.
No plano institucional, ao nível nacional e diocesano, urge intensificar o diálogo e a cooperação entre a Igreja e o Estado, a fim de clarificar orientações, assegurar a legislação correspondente e assumir-se como parceiro educativo.
Tendo em conta estes pressupostos urge criar dinâmicas de encontro/relação. A EMRC, como todo o processo educativo, vive da relação, da empatia. Em primeiro lugar, com os alunos, objeto da nossa ação formativa, mas também com os pais, párocos, professores e direção das escolas.