Open/Close Menu A Diocese de Viseu é uma circunscrição eclesiástica da Igreja Católica em Portugal

Como é bom celebrar a Cristo Senhor e Rei do Universo com alegria e esperança.

A realeza de Cristo Rei mostra-nos o poder divino do Deus altíssimo. O Senhor é Rei num trono de luz, (Sl 92) a iluminar com a sua santidade, a sua graça, o seu amor, a sua justiça e a sua paz a nossa vida.

A celebração da Solenidade de Cristo Rei, além de ser um reconhecimento da realeza do próprio Cristo, é uma exortação a entrar na dinâmica do reino de Cristo, que “não é deste mundo” (Jo 18,36), mas tem origem em Deus de quem procede todo o poder. O poder de Deus e a sua realeza é graça e dom gratuito no serviço à humanidade.

A contemplação da realeza de Jesus Cristo a partir de um passo da sua Paixão, faz-nos perceber o seu estilo de ser Rei e de reinar como, ”Sacerdote eterno e Rei do Universo”, sempre ao serviço da vontade do Pai, num projeto de salvação para a Humanidade redimida pela entrega total da Sua própria vida na cruz. Jesus é o Rei que vem ao nosso encontro para dar a vida e salvar.

Na Páscoa de Cristo, Deus transfere-nos do domínio do pecado e da morte para o reino de Cristo, um “reino de verdade e de vida, de santidade e de graça, reino de justiça, de amor e de paz” (Prefácio).

Um Reino em construção, que sofre violência e perante os acontecimentos da vida, da Igreja e do mundo em que vivemos, com tantas dificuldades e consequências de tão grave pandemia, torna-se urgente fazer a nossa opção consciente pelo Reino de Cristo e pela implantação do seu projeto de vida, de pertença e de empenhamento na Igreja.

O seu reino de vida, de graça, de perfeição, de vivência interior na santidade pelo dom dos sacramentos, torna-se um desafio e uma oportunidade.

Jesus é um Rei compassivo e misericordioso, que nos consola e diz constantemente a cada um de nós: “Vinde a Mim todos vós que andais cansados e oprimidos e eu vos aliviarei”.

O Papa Francisco tem-nos convidado recentemente e com insistência a rezar pelas pessoas desanimadas, ou com experiências de esgotamento humano, psicológico, moral e espiritual.

Devemos ajudá-las com humildade e espírito de serviço a ocupar o seu lugar com esperança na Igreja. Esta é também uma forma de terapia importante no dinamismo do serviço do reino. Ensina-nos Senhor o caminho da humildade para percebermos mais e aceitarmos melhor as fraquezas do nosso próximo. São os humildes, os pequeninos como diz Jesus, aqueles que devem tomar o primeiro lugar no nosso coração, no seu Reino e na Igreja.

Precisamos de acreditar, confiar e esperar no reino de Deus, de pedir com fé mesmo nos momentos de maior sofrimento da nossa vida, para que venha com a sua realeza em nosso auxílio e nos conforte com a sua graça divina. Se Deus permite as provações, os sofrimentos e nos quer conduzir pelo caminho da cruz através das incompreensões, das angústias, das injustiças, da morte, ou das críticas que nos fazem é porque nós precisamos dessas dores, para nos purificar das nossas faltas, santificar e fazer crescer no apostolado.

Jesus é um Rei, que nos chama ao compromisso no serviço em fidelidade. Vem servo bom e fiel e entra no gozo do teu Senhor.

Jesus não se cansa de chamar bem-aventurados: os humildes, os pobres, os simples, os puros de coração, os misericordiosos, os construtores da paz e aqueles que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o Reino dos Céus. Quem fizer este caminho possuirá o Reino dos Céus. Alegrai-vos e exultai! Segui Jesus como discípulos missionários e sede protagonistas da construção do seu Reino.

Perante o cenário de uma civilização humana de perda do sentido de Deus, de valores e de morte, é urgente construir o reino de Deus e pregar em nome de Jesus Cristo, o Filho de Deus vivo, revelador de Deus invisível, o Primogénito de toda a criatura, o fundamento de todas as coisas; Ele é o Mestre da humanidade e o seu Redentor, que nasceu, morreu e ressuscitou por nós.

Ele é o centro da história e do mundo; é Aquele que nos conhece e nos ama, o companheiro e amigo da nossa vida, o homem das dores e da esperança; Ele é, enfim, Aquele que há de vir, e que um dia será o nosso juiz e também como esperamos, a plenitude eterna da nossa vida e a nossa felicidade como Senhor e Rei.

Venha o teu Reino de justiça, de paz e de amor. “Venha o teu Reino”, rezamos na oração do Pai-Nosso. Venha o teu reino de amor, de justiça, de paz e de santidade. O reino de Deus existe, o reino de Deus virá.

O dinamismo do crescimento do Reino acontece pela missão do apostolado. “É preciso que Jesus Reine” na nossa vida, nas famílias, na Igreja, na Ação Católica, nos Movimentos e Obras de Apostolado, na nossa vida de cada dia, na nossa oração, na nossa formação, no nosso apostolado e no nosso testemunho cristão.

A nós, o Senhor pede-nos para sermos luz, sal e fermento para levedar toda a massa, como nos ensina Jesus. Façamos juntos o “caminho sinodal, na comunhão, na participação e na missão”. Vós sois imprescindíveis para renovar as famílias, a Igreja e a sociedade. Uma paróquia, uma comunidade cristã, que não tenha leigos e jovens empenhados em movimentos de apostolado é muito pobre, precisa de se converter e de se renovar em Cristo Jesus, por meio de Maria.

Devemos corresponder a este Rei que nos chama a servi-Lo e amá-Lo. Amen!

 

† António Luciano,
Bispo de Viseu
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