Open/Close Menu A Diocese de Viseu é uma circunscrição eclesiástica da Igreja Católica em Portugal

Ao aproxima-se o dia de “São Valentim”, a Comissão Episcopal do Laicado e Família (CELF) da Igreja Católica em Portugal, escreveu uma mensagem para o próximo “Dia dos Namorados”, a 14 de fevereiro de 2022. Dirigindo-se aos jovens, afirma que “a capacidade de amar é um dom de Deus”. Na experiência de namoro os jovens devem vislumbrar um projeto de vida, como algo que os realiza em busca da felicidade, procurando “não queimar etapas”.

Caros jovens da Diocese de Viseu, é gratificante para quem ama o outro com verdade e se entrega numa relação de namoro com liberdade, confiança, consentimento e responsabilidade. Namorar é fazer uma experiência apaixonante com o outro em empatia, alegria, relação sadia no cuidado humano e ético, reconhecendo valores como o respeito, a privacidade e a alteridade do outro.

Um namoro consciente e amadurecido cria uma relação de diálogo, de escuta, de partilha, de compromisso e de discernimento, tendo como meta o maior bem de ambos.

A nota da CELF aponta um horizonte de reflexão com seriedade. “Desejamos que os jovens cristãos sejam afetuosos e saibam viver a sua capacidade sexual com verdade, sinceridade, respeito e sabedoria. Saibam guardar-se e não queimar etapas. Uma afetividade mal gerida na juventude pode determinar negativamente a vida inteira”.

Viver esse dia que aponta um horizonte de realização pessoal e em família, desafia os jovens do mundo inteiro para um projeto de comunhão e união de vida, que deve ser experimentado na simplicidade, na abertura ao outro, na alegria da entrega, na liberdade da escolha, na responsabilidade de amar e no compromisso de fazer o outro sempre feliz. O namoro é “um relacionamento privilegiado entre um rapaz e uma rapariga”, que tem como meta na sua vida “casar e vir a formar uma família”.

Está aqui um grande desafio para a pastoral familiar das nossas dioceses: criar espaços para ajudar os jovens a refletir com seriedade sobre o namoro, casamento e família. Este deve ser um compromisso de todos nós neste Ano Família “Amoris Laetitia”.

A palavra namoro recebeu tantos embates civilizacionais, que perdeu simultaneamente algo do seu mistério e da sua novidade como relação. O namoro numa primeira fase tem que ser entendido como um passo para algo que está mais além. “Uma declaração de amor exige verdade, supõe uma coerência entre o sentimento mais profundo, a intenção e as palavras que se pronunciam; a condição da verdade não pode deixar de ser sublinhada e, por isso, ninguém deve brincar com o coração de outrem com base na mentira e oportunismo” (mensagem). Não se deve banalizar a relação de namoro, que leva os jovens a amar e a ser amados.

O Papa pede o exemplo dos pais no processo educativo dos filhos, como dimensão importante, que no sentido de gerar relação e de dar vida se coloca disponível para o outro.

Na Carta escrita aos esposos, o Papa Francisco afirma: “como pai e mãe, é importante relacionar-se com os filhos partindo de uma autoridade conquistada dia após dia. Eles precisam de uma segurança que os ajude a sentir a confiança” na beleza da vida e na certeza de que na caminhada de namoro, aconteça o que acontecer, nunca estão sozinhos. A pastoral familiar tem aqui um papel primordial e “especialmente os bispos devem cooperar de forma fecunda no cuidado e na tutela do aparecimento de novas igrejas domésticas”. A família é a “célula fundamental da sociedade” (EG 66). “O casamento é realmente um projeto de construção da ‘cultura do encontro”’(Fratelli Tutti, 216). Por isso, compete às famílias o desafio de lançar pontes entre as gerações e principalmente os jovens para a transmissão dos valores que constroem a humanidade não só durante o tempo de namoro, mas na fase específica do noivado e da preparação imediata para o casamento.

É necessária uma nova criatividade que proponha a vocação ao casamento como um chamamento “para guiar um barco estável – mas seguro, pela realidade do sacramento – em mar às vezes agitado” (Carta aos Esposos).

Também esta carta é um desafio aos jovens para aprender a caminhar juntos no meio das tempestades que possam surgir durante o namoro, pois o acolhimento e a compreensão são indispensáveis para superar as crises.

Talvez aquilo que significava antes, uma etapa importante de conhecimento e descoberta do outro, que resultava quase sempre numa decisão de assumir o compromisso de união para toda a vida. Muitos namoros são desfeitos e acabados por causa da rutura da relação.

Também aqui o Papa dirige uma palavra aos jovens que se preparam para o casamento: “Se antes da pandemia já era complicado, para os noivos, projetar um futuro pela dificuldade de encontrar um emprego estável, agora aumenta ainda mais a incerteza laboral. Apesar disso convido os noivos a não desanimarem, a terem a ‘coragem criativa’ que teve São José”.

Liturgicamente, o 14 de fevereiro é o dia de São Cirilo e de São Metódio, padroeiros da Europa. Que estes santos vos protejam e São Valentim vos ajude a discernir a verdade de um autêntico namoro.

Parabéns a todos os namorados que fazeis um caminho com seriedade, verdade e responsabilidade para “não queimar etapas”. Caros jovens, contai com a minha oração e amizade, vivei intensamente a vossa vocação na experiência de namoro para serdes muito felizes.

† António Luciano,
Bispo de Viseu
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