Open/Close Menu A Diocese de Viseu é uma circunscrição eclesiástica da Igreja Católica em Portugal

A força da caridade nos alimenta.

  1. Estamos a viver a Semana da Cáritas, que termina no próximo III Domingo da Quaresma com a celebração da Eucaristia e o peditório anual realizado para socorrer os pobres e ajudar as suas necessidades.

A Cáritas é uma Instituição da Igreja Católica, que através da Pastoral Social e afins promove a ajuda das pessoas mais necessitadas e vulneráveis das nossas paróquias e da sociedade. Esta semana é uma oportunidade para refletir sobre as diversas formas de pobreza no mundo, sobre as estratégias a utilizar nesta missão da caridade, quer seja pela oração, partilha do pão e de outros bens materiais e espirituais, segundo o espírito do Evangelho, na prática das obras de misericórdia.

Este é um tempo propício e favorável, uma semana para refletir, para olhar para a realidade do fenómeno da pobreza, em Portual e no mundo, e partilhar experiências concretas na prática da caridade, “o amor que nos transforma”.

O amor que é Deus, derramou-se nos nossos corações para nos enriquecer com o espírito de proximidade, de acolhimento, de fraternidade solidária, de partilha de bens materiais para socorrer a indigência de muitos. A caridade consiste no ato de amar a Deus acima de tudo e servir o próximo nos pobres e carenciados.

“A missão da Cáritas – o amor que transforma – é animar a nossa solidariedade com a delicadeza da amabilidade, para podermos viver efetivamente a nossa vida com todos, numa só família humana” (Mensagem de D. José Traquina para a Semana da Cáritas).

É uma semana para olhar de modo especial os pobres, os excluídos, os refugiados, os que fogem da guerra e diante das suas maiores necessidades dar-lhe dignidade, o que mais precisam, a casa, o pão, a terra, um país. A Semana da Cáritas leva-nos a este olhar à luz da mensagem do Evangelho de Jesus. É preciso educar as pessoas e o mundo para a partilha efetiva dos bens.

A palavra e o pão repartidos com alegria, realizam a boa ação da caridade, hoje presente e visível nas nossas comunidades através do serviço aos pobres, indigentes, idosos, deslocados e famílias que assistimos em cada dia. Os membros responsáveis dos grupos de ação sócio caritativa, das Cáritas Paroquiais, Diocesanas e Nacional realizam um trabalho excelente em rede no apoio aos mais necessitados do nosso país e do mundo. A rede dos Centros Sociais Paroquiais e outros grupos de ação social, de assistência e de voluntariado, tornam-se importantes para a vida de muitas pessoas e no cuidado de famílias com necessidades, contribuindo deste modo para o equilíbrio da sociedade, dando um testemunho de uma fraternidade solidária efetiva.

É este olhar com atenção para as necessidades do próximo que faz a diferença na prática da caridade. Partilhando o pão com os pobres somos construtores da justiça e da paz, que estão além do altruísmo.

 

2. A importância de uma vida de fé e a experiência madura do caminho da iniciação cristã leva-nos a repartir o pão à luz do Sacramento da Eucaristia. Quando Jesus realizou a multiplicação dos pães e dos peixes e disse aos discípulos “dai-lhe vós de comer”, estava a vislumbrar a Eucaristia Sacramento do amor, da comunhão, da vida em abundância, do pão repartido pela humanidade faminta.Este é o caminho da Igreja, a sinodalidade.

Viver em Eucaristia e dar ação de graças a Deus é o compromisso da “Cáritas”, revelação do amor de Deus para com a multidão faminta à espera de ser saciada.

O Papa Francisco na Mensagem para esta Quaresma pede-nos que “não nos cansemos de fazer o bem”. O grande bem que o mundo de hoje precisa consiste em dar o pão às multidões famintas e necessitadas. Nesta Quaresma, “não nos cansemos de rezar. Jesus ensinou que é necessário ‘orar sempre sem desfalecer’ (Lc 18,1). Precisamos de rezar, porque necessitamos de Deus. A ilusão de nos bastar a nós mesmos é perigosa. Se a pandemia nos fez sentir de perto a nossa fragilidade pessoal e social, permita-nos esta Quaresma experimentar o conforto da fé em Deus, sem a qual não podemos subsistir (cf. Is 7,9). No meio das tempestades da história, encontramo-nos todos no mesmo barco, pelo que ninguém se salva sozinho: mas sobretudo ninguém se salva sem Deus, porque só no mistério pascal de Jesus Cristo nos dá a vitória sobre as vagas tenebrosas da morte. A fé não nos preserva das tribulações da vida, mas permite atravessá-las unidos a Deus em Cristo, com a grande esperança que não desilude e cujo penhor é o amor que Deus derramou nos nossos corações por meio do Espírito Santo (cf. Rom 5,1-5)” (Mensagem da Quaresma).

Dando graças a Deus pelo 9º Aniversário da Eleição do Papa Francisco, como sucessor de São Pedro e pelo seu ministério tão cheio de graças e de boas surpresas para a Igreja, comtemplando a proteção de São José, ao celebrá-lo, imploro uma bênção especial para todos os pais, principalmente aqueles que vivem preocupados com a educação dos seus filhos na fé e nos valores da solidariedade.

 

† António Luciano, Bispo de Viseu
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